O adolescente de 16 anos encontra-se em estado crítico num hospital de Salónica.
O agente que terá disparado contra a cabeça do jovem foi preso e suspenso do serviço, disse a polícia daquela cidade do norte do país.
Cerca de 1.500 pessoas participaram na noite de ontem numa marcha de protesto organizada por grupos de esquerda e anarquistas no centro da Salónica.
Alguns manifestantes destruíram lojas e atiraram ‘cocktails molotov’ à polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo e granadas de efeito moral.
A polícia deteve seis pessoas.
Antes do protesto, cerca de cem homens de etnia cigana montaram barricadas, bloqueando a estrada principal junto ao hospital, onde o jovem está a receber tratamento, e atearam fogo a caixotes do lixo.
Também várias centenas de pessoas se manifestaram no centro de Atenas, registando-se breves confrontos com a polícia no fim do protesto.
Membros da comunidade cigana da Grécia e ativistas de direitos humanos frequentemente acusam as autoridades gregas de discriminar os ciganos.
Vários ciganos foram mortos a tiro ou feridos nos últimos anos durante confrontos com a polícia, enquanto alegadamente tentavam fugir da prisão por violações da lei.
O jovem ferido não foi identificado, mas foi reconhecido por familiares como sendo membro da minoria cigana.
As forças policiais disseram que o polícia de 34 anos foi detido sob suspeita de disparar contra o adolescente e está suspenso. Segundo a polícia, está a decorrer uma investigação interna.
O incidente ocorreu na madrugada de hoje.
Uma patrulha de mota da polícia perseguiu a carrinha de caixa aberta do jovem depois de um funcionário do posto de combustível ter-se queixado de uma conta de 20 euros por pagar.
O polícia detido deverá apresentar-se perante um procurador público na terça-feira sob a acusação de tentativa de homicídio culposo.
A polícia indicou que o agente disparou dois tiros para tentar impedir o suspeito de bater na sua mota.
Um comunicado revelou ontem que o motorista da carrinha de caixa aberta havia “feito repetidamente manobras perigosas” e passou por sinais vermelhos antes do início dos disparos.
Comentando o caso, o porta-voz do Governo grego, Giannis Oikonomou, salientou que “o valor de uma vida humana nunca pode ser medido por qualquer quantia de dinheiro”.
O incidente aconteceu na véspera dos protestos anuais na Grécia para marcar o tiroteio fatal de Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos, em Atenas, em 2008, cuja morte desencadeou os piores tumultos na história grega recente, que duraram semanas e provocaram grandes danos a particulares e a propriedade pública.
LUSA/HN
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