Que papel desempenha a higiene íntima na gestão das infeções geniturinárias, como colocar perguntas sobre assuntos íntimos durante as consultas e que soluções clínicas podem ser mais favoráveis para a hidratação íntima e equilíbrio da microbiota urogenital são os principais temas a abordar nesta primeira edição, marcada para as 15 horas.

Cláudio Rebelo, ginecologista do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e um dos palestrantes convidados, sublinha que a secura vulvovaginal, “apesar de mais prevalente na menopausa e pós-menopausa, pode surgir em qualquer fase da vida mulher”. Daí que seja importante “questionar e examinar sempre as mulheres nas consultas”. Este sintoma pode levar a queixas de dispareunia, fissuras na pele, prurido crónico, infeções (candidíases cutâneas de repetição, por exemplo), além de um impacto negativo nas relações sexuais.

O especialista, que também é secretário da Secção de Menopausa da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, alerta ainda que esta é uma patologia subdiagnosticada e subtratada. “Sabemos que quase metade das mulheres ainda tem vergonha de falar sobre este tema nas consultas, por isso é importante que o médico esteja sensibilizado para esta patologia e que questione de uma forma natural, uma vez que tem grande impacto na qualidade de vida da mulher”, afirma.

Em idade fértil, a secura pode ter origem no excesso de higiene com produtos não recomendados, utilização do penso diário com maceração e desidratação da região vulvar, doenças crónicas e utilização de corticoides por períodos prolongados, algumas medicações crónicas (antidepressivos, estatinas), síndrome do cólon irritável (alteração da microbiota intestinal e consequente alteração do microbioma vulvar), abuso dos antibióticos com destruição da microbiota. Em pediatria, a secura pode ter uma causa alérgica com reação a excipientes dos produtos de higiene convencionais, por vezes perturbações da flora intestinal, dermatite da fralda, agressão dos parasitas, abuso dos antibióticos com destruição da microbiota vulvar.

Os outros especialistas convidados para este primeiro webinar são a professora de ginecologia e obstetrícia Rossella Nappi, do University of Pavia Hospital (Itália), Jean-Marc Bohbot, especialista em doenças sexualmente transmissíveis e microbiota vaginal, do Alfred Fournier Institute (França), e Lydia Marié-Scemama, ginecologista do Hospital Foch (França) e membro da Sociedade Internacional da Menopausa.

Inscrições e mais informações sobre os temas e especialistas disponíveis aqui.

PR/HN/RA