Costa quer direção executiva do SNS a generalizar boas práticas e com gestão integrada

12 de Dezembro 2022

O primeiro-ministro considerou hoje essencial que a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) generalize boas práticas, aumentando a igualdade de acesso ao sistema, e funcione 24 horas com gestão em rede e todos os dias.

Esta posição foi transmitida por António Costa na sessão de apresentação da nova direção executiva do SNS, liderada por Fernando Araújo, antigo secretário de Estado e ex-presidente do Hospital de João, no Porto, que decorreu no auditório do Infarmed, em Lisboa.

Numa intervenção a seguir ao discurso do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, o líder do executivo voltou a apresentar uma série de números sobre o aumento do investimento no SNS desde 2015 até ao presente. Mas, desta vez, em paralelo, também sustentou a tese de que o grau de exigência dos portugueses em relação aos cuidados de saúde aumentou, sobretudo “após o sucesso” no combate à covid-19.

“Uma condição fundamental para a confiança do cidadão, do utente, é existir a confiança de que, independentemente do local em que reside, possui acesso equitativo ao SNS. A condição de acesso não é só uma questão de equidade social, é também uma questão de equidade regional. As boas práticas que são identificadas e desenvolvidas numa região, ou num estabelecimento, devem ser generalizadas a todas as instituições ”, frisou o primeiro-ministro.

Uma referência de António Costa à questão da alegada desigualdade em matéria de padrões de qualidade dentro do SNS, quando se aponta o Hospital de São João, do Porto, liderado por Fernando Araújo, como um exemplo a nível nacional em termos de gestão e eficiência.

Após ter abordado as questões relacionadas com o reforço de meios humanos e materiais nos hospitais e centros de saúde, ou com o quadro legislativo através da aprovação da Lei de Bases da Saúde, o primeiro-ministro definiu como prioridade “a melhoria da gestão do SNS”.

De acordo com o líder do executivo, a aprovação do novo Estatuto do SNS foi um passo “fundamental, não apenas porque criou a direção executiva, mas também porque coloca outros desafios essenciais para a fixação e motivação dos profissionais”.

“A criação da direção executiva do SNS é da maior importância porque complementa o reforço da autonomia. Mas é fundamental que a autonomia seja completada com a noção de que o SNS tem de funcionar em rede, de um modo integrado, com a referenciação a funcionar efetivamente. Temos de garantir que somos SNS 365 ou 366 dias por ano e durante as 24 horas por dia da vida do ser humano”, salientou.

Neste contexto, o primeiro-ministro referiu-se à vertente da organização dentro do SNS e a uma crescente exigência por parte dos cidadãos em termos de capacidade de resposta.

“O SNS é mesmo o pilar central do Estado Social, é condição essencial da nossa vida em sociedade, é o melhor fruto da nossa vida democrática. Aquilo que foi a nossa vivência diária nos dois anos de pandemia da covid-19, aumentou muito o padrão de exigência de todos relativamente à prestação do SNS”, disse.

Segundo a lógica de António Costa, quando alguém prova que é excecional num momento excecional, exige-se essa excecionalidade como normalidade.

“Essa é uma dificuldade que obviamente todos temos, porque todos sabemos que faz parte da natureza humana que é mais fácil ser excecional nos momentos de exceção do que na banalidade do quotidiano do dia-a-dia. Mas é isso que os portugueses pedem ao SNS, que, na normalidade fora da pandemia, tenha a excecionalidade que revelou ter nos momentos de maior tensão da covid-19”, acrescentou.

Já depois da sua intervenção, o primeiro-ministro provocou uma sonora gargalhada, quando, por descuido, sem saber que o seu microfone esteva ligado, desabafou com o anuncio de que se seguiria um momento musical com o grupo “Ventos do Norte”.

“Não é demais?”, disse, numa nota de humor, aparentemente baseada no facto de o grupo musical se chamar “Ventos do Norte” e de o ministro e diretor executivo serem ambos conhecidos portuenses.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ordem dos Médicos procura ideias inovadoras para melhorar o sistema de saúde em Portugal

A iniciativa está aberta a todos os cidadãos – nacionais ou estrangeiros -, desde que organizados em grupos de dois a cinco elementos e com pelo menos um médico inscrito na Ordem dos Médicos. Desta forma, o Prémio Best Ideas in Healthcare pretende estimular a inovação e o empreendedorismo em saúde, mas também incentivar a criação de equipas multidisciplinares, entre médicos e outros profissionais

Luís Campos distinguido com o Prémio Nacional de Medicina Interna 2024

O Prémio Nacional de Medicina Interna 2024 foi atribuído a Luís Campos, fundador e presidente do Conselho Português para a Saúde e Ambiente e comissário do Plano Nacional de Saúde 2021-2030, que ainda se destaca pelas suas funções atuais de presidente do Comité de Qualidade de Cuidados e Assuntos Profissionais da Federação Europeia de Medicina Interna e da coordenação da Medicina Interna da Clínica CUF Belém.

Luís Duarte Costa assume presidência da SPMI

Luís Duarte Costa acaba de tomar posse como presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) para o triénio 2024/2027. Os novos órgãos sociais tomaram posse na Assembleia Geral da sociedade que decorreu no último dia do 30.º CNMI.

OMS lança mecanismo para angariar mais dinheiro

 A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou no domingo um mecanismo destinado a angariar fundos “sustentáveis, previsíveis e flexíveis” para financiar as prioridades para o período 2025-2028.

Banco Alimentar recolheu 1.755 toneladas de alimentos

A campanha do Banco Alimentar contra a Fome recolheu este fim de semana 1.755 toneladas de alimentos em mais de 2.000 superfícies comerciais do país, avançou esta segunda-feira a instituição de solidariedade social.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights