A presidente do município de Cantanhede, Helena Teodósio, vai pedir uma reunião ao diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, e manifestou-se desagradada com o facto de a autarquia não ter sido ainda auscultada no processo de integração daquelas duas unidades no CHUC.
A autarca teve conhecimento, através da imprensa, que o presidente do conselho de administração do CHUC considera que a integração daquelas duas unidades é vista como positiva por todas as entidades envolvidas, o que, sustenta a presidente da Câmara, “é no mínimo estranho”, já que se trata de uma generalização que “não inclui o município de Cantanhede”.
A Câmara Municipal de Cantanhede, no distrito de Coimbra, ainda não foi chamada “a pronunciar-se e desconhece em absoluto o tipo de reestruturação que está a ser desenhada relativamente ao estatuto e ao funcionamento do Hospital Arcebispo João Crisóstomo [em Cantanhede] e do Centro de Medicina Física e Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais”, na vila da Tocha (concelho de Cantanhede), frisa, citada numa nota de imprensa, Helena Teodósio.
A reunião servirá para discutir “esta e outras matérias, nomeadamente a criação de uma urgência básica no Hospital Arcebispo João Crisóstomo ou, pelo menos, a reabertura da consulta aberta, nos termos do protocolo que o Ministério da Saúde celebrou com o Município de Cantanhede, como contrapartida da desativação da antiga urgência”.
A autarquia lembra ainda que, acerca deste assunto, foi enviada recentemente ao primeiro-ministro e à Assembleia da República uma petição pública sobre esta questão.
Para a autarca, “a solução ideal seria a abertura de uma urgência básica com horário alargado no Hospital Arcebispo João Crisóstomo, o que teria a enorme vantagem de descongestionar a urgência do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, ou no mínimo que o concelho volte a ter uma consulta aberta nos termos que funcionou até 25 de março de 2020, em plena crise da pandemia de Covid-19”.
Relativamente à integração do Centro de Medicina de Reabilitação Rovisco Pais no CHUC, Helena Teodósio não vê como “uma unidade hospitalar, com tal nível especialização, possa ser integrada num centro hospitalar que, apesar de possuir múltiplas valências, não parece estar vocacionado para cumprir a missão atribuída ao Rovisco Pais, no âmbito da rede nacional dos centros de Medicina Física e Reabilitação”.
Por isso, considera que “não faz sentido a desvalorização do estatuto e perda da sua autonomia clínica, administrativa e financeira, e muito especialmente se isso for feito à margem de uma restruturação geral da rede nacional dos centros de Medicina Física e Reabilitação”, concluiu.
Na terça-feira o presidente do conselho de administração do CHUC, Carlos Santos, considerou positivo que esta estrutura venha a integrar as duas unidades.
“A decisão da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de integrar o Hospital Arcebispo João Crisóstomo (Cantanhede) e o Centro de Medicina Física e Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais no CHUC é vista como positiva por todas as entidades envolvidas”, afirmou na terça-feira, Carlos Santos.
LUSA/HN
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