Serviços de saúde devem ativar planos de contingência para responder à procura

16 de Dezembro 2022

Os serviços de saúde devem ativar os planos de contingência para responder ao aumento da procura devido às infeções respiratórias em Portugal, que regista uma atividade gripal crescente, reforçou esta sexta-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS).

“Recomenda-se o reforço da comunicação das orientações previamente emitidas aos serviços de saúde para ativar as medidas previstas nos respetivos planos de contingência, de forma a responder ao aumento da procura dos serviços de saúde (incluindo adequação das escalas de recursos humanos, alargamento de horários e ajuste da atividade programada)”, adiantou a direção-geral.

O alerta consta de um novo relatório semanal da DGS sobre a vigilância e monitorização das infeções respiratórias – gripe, covid-19 e vírus sincicial – hoje divulgado e que substitui os anteriores relatórios especificamente dedicados à evolução da pandemia.

O novo documento adianta que, na semana de 05 a 11 de dezembro, registou-se em Portugal uma atividade epidémica da gripe de baixa a moderada intensidade, mas com tendência crescente, com predomínio do subtipo do vírus A(H3) “associado a maior gravidade nas populações mais vulneráveis”.

Nessa semana, verificou-se uma diminuição do número de novos casos a sete dias de infeção pelo SARS-CoV-2 (36 contágios por 100 mil habitantes), mantendo uma tendência decrescente.

A DGS avança também que se observou um aumento das consultas por infeções respiratórias nos cuidados de saúde primários em relação à semana de 28 de novembro e 04 de dezembro, assim com um crescimento da procura do SNS 24 e do INEM.

Entre 05 e 11 de dezembro, o número total de atendimentos triados pelo SNS 24 aumentou para 33.620, mais 7,4% em relação à semana anterior.

O relatório refere ainda uma ligeira diminuição dos episódios de urgência hospitalar (110.272), mas este valor pode ser revisto “face a possíveis constrangimentos no reporte eletrónico, decorrente das intempéries ocorridas esta semana”.

A DGS avança que recorreram às urgências sobretudo crianças e jovens adultos e que a proporção de casos de urgência por síndrome gripal que levaram a internamento apresentou uma tendência crescente.

Os dados agora divulgados indicam ainda que se registou uma diminuição de camas ocupadas em cuidados intensivos por covid-19, assim como de doentes admitidos nessas unidades por gripe.

Em 11 de dezembro, estavam internadas em enfermaria 507 pessoas com covid-19, menos 10% do que no mesmo dia da semana anterior, 41 dos quais em cuidados intensivos, valor corresponde a 16,1% do nível de alerta de 255 camas destas unidades ocupadas.

“Apesar da diminuição do número de internamentos observada em enfermaria por vírus sincicial respiratório (VSR) em menores de 2 anos de idade, estes valores mantêm-se elevados”, alerta a direção-geral.

Quanto à mortalidade por todas as causas, a DGS refere que esteve acima do esperado para a época do ano nas regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo e no grupo etário com 85 ou mais anos, coincidindo com o aumento da incidência das infeções respiratórias observado nas últimas semanas.

Na semana em análise foram emitidos 2.769 certificados de óbito.

Já a mortalidade específica por covid-19 apresentou uma tendência crescente, mas ainda abaixo do limiar definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).

A DGS adianta que a cobertura vacinal contra a gripe está nos 72%, percentagem próxima da recomendada pelo ECDC e pela Organização Mundial da Saúde (75%) para os grupos etários com 65 ou mais anos.

Na semana de 05 a 11 de dezembro, foram administradas 182.383 doses de reforço sazonal contra a covid-19, o que representa um ritmo de 26.055 vacinas por dia.

Até 11 de dezembro, tinham sido administradas um total de 2.769.660 doses de vacinas de reforço sazonal contra o SARS-CoV-2.

Na mesma semana, 32.284 pessoas receberam a vacina contra a gripe, elevando para 2.275.845 as doses já administradas desde o início da atual campanha de vacinação sazonal.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

SNS: Erros do Passado, Desafios do Futuro

Sérgio Bruno dos Santos Sousa
Mestre em Saúde Pública
Enfermeiro Especialista de Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública na ULSM
Gestor Local do Programa de Saúde Escolar na ULSM

Nomeados por Trump representam perigo para Saúde e Segurança

Se forem confirmados pelo Senado, vários dos nomeados pelo presidente eleito Donald Trump para o seu governo representam perigos para a Saúde e Segurança dos Estados Unidos, devido à falta de formação, experiência e promessas alarmantes, disseram à Lusa analistas políticos. 

MAIS LIDAS

Share This