Neste dia, “gostaria que refletissem todos no que significa ser migrante”, pede o diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), António Vitorino, num vídeo divulgado pela agência das Nações Unidas.
Os migrantes “têm sido um pilar do desenvolvimento e progresso, que enriquece comunidades e sociedades desde sempre. Mas são, demasiadas vezes, marginalizados, abusados, explorados e discriminados”, afirma o representante.
No vídeo, António Vitorino convida a refletir sobre os sonhos, comuns a todos, de “ter um trabalho melhor, de viajar e procurar novas oportunidades, de conhecer culturas diferentes e partilhar a sua”.
“Quem é que nunca se sentiu inseguro e quis proteger a sua família ou assegurar o seu bem-estar?”, questiona.
Sublinhando que “a mobilidade é uma das mais antigas expressões da Humanidade”, o diretor-geral da OIM argumenta que não se pode deixar “que a politização das migrações, a hostilidade, a xenofobia em relação aos migrantes, as narrativas divididas e discursos de ódio” ultrapassem os valores que considera serem os mais importantes: “comunidade, solidariedade, tolerância e diversidade”.
As pessoas “mudam-se por muitas razões e de muitas formas. Mas, independentemente do que leva as pessoas a migrarem, os seus direitos, a sua dignidade humana têm de ser respeitados e as suas contribuições devem ser reconhecidas”, defende.
Para António Vitorino, este dia internacional também deve ser aproveitado para agradecer aos trabalhadores da OIM, já que “a sua dedicação arrebatadora forma o esqueleto” daquela organização.
“A OIM trabalha em alguns dos contextos mais desafiantes e, muitas vezes, perigosos” e é testemunha de “momentos de grandes necessidades” e “da força das comunidades que estão sob pressão”, refere.
Os trabalhadores da agência das Nações Unidas que se dedica aos migrantes “é sempre guiado pelos melhores interesses das pessoas que servimos”, garante o ex-ministro português, que assumiu a liderança da OIM em 2018 e é candidato a um segundo mandato de cinco anos.
“Temos orgulho em servir pessoas que migram. Temos orgulho em ser migrantes”, conclui.
Segundo o Relatório Mundial sobre Migração 2022, existem 281 milhões de migrantes internacionais, o que equivale a 3,6% da população mundial.
No relatório anterior, lançado em 2019, o número contabilizado era de 272 milhões de migrantes internacionais, ou seja, 3,5% da população global.
O aumento aconteceu apesar do “impacto dramático da pandemia [de covid-19] sobre a migração, que incluiu o fecho de fronteiras”, segundo o documento relativo ao ano em curso.
Na década de 1970, o total de migrantes internacionais rondava os 80 milhões de pessoas, o equivalente a 2,3% da população mundial.
NR/HN/LUSA
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