“Os trabalhadores do Hospital de Braga foram submetidos a trabalhos excessivos” durante a Parceria Público-Privada, afirma Camilo Ferreira. A preocupação agora é o regresso a essa forma de gestão, uma vez que Montenegro afirmou ainda candidato que esta garantia uma resposta mais eficiente. “Não foi só a Aliança Democrática. Também a Iniciativa Liberal teve várias intervenções públicas sobre… A ideia deles era mesmo o regresso do Hospital de Braga à PPP”, acrescenta o representante dos trabalhadores.
“Não me canso de dizer que os números são aquilo que as pessoas querem que eles sejam, mas os números reais são aqueles que lhe disse anteriormente: o desempenho como EPE foi bastante acima daquilo que veio na comunicação social”, frisa Camilo Ferreira. Ou seja, a EPE “teve um desempenho melhor”, “com aumento de cirurgias, com aumento de consultas, e trouxe uma estabilidade maior e melhores condições de trabalho aos profissionais”: redução do horário de trabalho de 40 para 35 horas, possibilidade de ter ADSE e, “sobretudo”, reconhecimento pelo seu trabalho.
“Eu continuo a defender que os hospitais EPE deviam ter as mesmas condições das PPP, sobretudo a nível de valorizar o desempenho e mesmo a nível de recrutamento de recursos humanos”, com “regras claras e transparentes”, “porque aí dava autonomia aos conselhos de administração”, referiu ainda.
Além disso, “o hospital já teve muitas transformações” – enfrentou mudanças a nível de gestão e uma pandemia, e o novo conselho de administração tomou posse apenas em janeiro passado. “Agora, se volta a mudar, não se aguenta. Mesmo a nível de recursos humanos é impossível, porque são alterações em cima de alterações. Espero bem que eles reflitam e que nos ouçam”, advertiu Camilo Ferreira.
A Comissão de Trabalhadores irá brevemente solicitar reuniões com os grupos parlamentares para lhes fornecer “dados concretos dos bons resultados que este hospital tem”, adiantou o coordenador.
Relativamente à transição para Unidade Local de Saúde, o processo decorre “com muita tranquilidade e muito profissionalismo”. “Está a fluir tudo muito bem. Acho que até está a superar as expetativas porque está tudo muito bem organizado”, revelou Camilo Ferreira.
O Hospital de Braga foi gerido em Parceria Público-Privada durante uma década. O contrato com o grupo José de Mello Saúde terminou em 2019.
HN/Rita Antunes
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