Estudo indica que a maioria dos jovens de 18 anos usou internet quatro ou mais horas/dia no ano passado

22 de Dezembro 2022

Em 2021, a maioria (58%) dos jovens de 18 anos utilizou a internet durante quatro ou mais horas por dia, indica um estudo divulgado esta quarta-feira pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, do Ministério da Saúde.

O estudo “Comportamentos aditivos aos 18 anos – utilização da internet”, com base num inquérito feito aos jovens participantes no Dia da Defesa Nacional 2021, estima que em cada 10 jovens de 18 anos, nove usam redes sociais ‘online’, nove fazem pesquisas, seis jogam ‘online’ e dois arriscam nos jogos de apostas.

Em relação à utilização da internet, 35% fá-lo durante duas a três horas diariamente, 29% gasta seis horas ou mais, 24% quatro a cinco horas e 13% menos de uma hora.

O “inquérito de autopreenchimento, voluntário e anónimo” é realizado a nível nacional desde 2015, “ com uma interrupção em 2020, devido aos constrangimentos provocados pela pandemia da Covid-19”.

Em 2021 participaram 70 374 jovens, dos quais três em cada 10 começaram a usar a internet antes dos 10 anos.

Os jogos de apostas ocupam 2% dos inquiridos durante quatro ou mais horas, enquanto 10% gastam menos de uma hora e 85% dizem que não jogam.

Os demais jogos ‘online’ entretêm 16% dos jovens durante quatro ou mais horas todos os dias, 24% respondeu jogar menos de uma hora, 17% entre duas e três e 43% nunca jogar.

Quanto às pesquisas ‘online’, 39% dedicam-lhe menos de uma hora/dia, 34% entre duas e três horas, 13% entre quatro e cinco e 8% mais de seis. A percentagem dos que responderam zero horas foi de 6%.

“Três ( 28%, dos jovens questionados)experienciaram recentemente um de sete problemas que atribuem à utilização da internet”. As situações de mal-estar emocional foram mencionadas por 16%, enquanto 15% referiram problemas de rendimento na escola/trabalho.

“Considerando um indicador de utilização mais intensiva (seis horas ou mais por dia), constatam-se algumas diferenças consoante os subgrupos sociodemográficos. Os rapazes e os jovens com menor escolaridade (até ao 9º ano) são os que mais jogam”, indica o estudo, acrescentando que os jovens “com menor escolaridade, acompanham os jovens desempregados numa utilização mais intensiva das redes sociais”.

Os resultados do inquérito mostram também que “os jovens com escolaridade ao nível do ensino superior são os que mais pesquisam e os que mais declaram uma experiência de problemas relacionados com a internet”.

O estudo permite concluir que entre 2015 e 2019 se verifica “um aumento gradual e ligeiro da utilização de redes sociais, jogo ‘online’ em geral e jogo de apostas em particular”, tendo-se mantido “relativamente estáveis” as utilizações mais intensivas em termos de número de horas por dia em redes sociais, jogo e pesquisas.

“O incremento da prevalência de utilização intensiva de redes sociais em dias de semana é o mais transversal a grupos sociodemográficos, sendo um indicador a estar atento para a generalidade dos grupos”, adianta.

LUSA/HN

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