“Lacunas na nossa compreensão de como a pandemia começou comprometem a nossa capacidade de prevenir futuras pandemias”, advertiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, na videoconferência de imprensa semanal da OMS, a última de 2022, assinalando que a organização continua “a pedir à China para que partilhe dados e realize os estudos solicitados”.
Ghebreyesus frisou que todas as hipóteses sobre a origem do coronavírus SARS-CoV-2 “continuam sobre a mesa”.
Os peritos da OMS que viajaram no ano passado para a China, onde o coronavírus foi detetado pela primeira vez em 2019, admitiram quatro hipóteses para a origem do SARS-CoV-2: transmissão de um animal às pessoas através de um animal intermediário (hipótese mais provável), transmissão direta através de uma única espécie, contaminação na cadeia alimentar ou acidente laboratorial.
Segundo o diretor-geral da OMS, apesar de a Covid-19 ter “diminuído significativamente” em 2022, “ainda há muitas incertezas e lacunas” para “dizer que a pandemia acabou”.
Tedros Adhanom Ghebreyesus enumerou lacunas na vigilância, nos testes e no sequenciamento genético do coronavírus, na vacinação, na terapêutica e na resposta dos sistemas de saúde, que, a seu ver, afetam a compreensão de como o SARS-CoV-2 está a mudar e de como melhor tratar as pessoas com Covid-19 longa, bem como a capacidade de evitar a doença grave e a morte desnecessárias e em lidar com novos surtos.
Apesar das “lacunas e incertezas”, a OMS espera que em 2023 seja declarado o fim da Covid-19 como emergência de saúde pública internacional.
A Covid-19 é uma doença respiratória infeciosa causada pelo SARS-CoV-2, detetado em finais de 2019 na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo.
A doença é uma emergência de saúde pública internacional desde 30 de janeiro de 2020 e uma pandemia desde 11 de março de 2020.
O SARS-CoV-2 assumiu várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.
De acordo com o centro de recursos para a Covid-19 da universidade norte-americana Johns Hopkins, a pandemia já causou mais de 6,6 milhões de mortos e mais de 650 milhões de infetados no mundo. Ao todo, à data, foram administradas mais de 13,1 mil milhões de doses de vacinas.
LUSA/HN
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