DeSantis pediu, na semana passada, ao Supremo da Florida que nomeasse um grande júri estadual para “investigar toda e qualquer irregularidade (…) em relação às vacinas covid-19”.
Apesar do amplo consenso científico de que as vacinas salvaram milhões de vidas em todo o mundo, o republicano DeSantis sugeriu no documento que a investigação teria como objetivo descobrir mais informações sobre produtos farmacêuticos, as vacinas e os seus efeitos colaterais, noticiou a agência Efe.
O despacho do Supremo daquele Estado estabelece que o grande júri pode investigar “fabricantes farmacêuticos (e os seus diretores) e outras associações ou organizações médicas” envolvidas no uso de “vacinas que alegadamente previnem a infeção, sintomas e transmissão” da Covid-19.
O grande júri também pode investigar alegadas “irregularidades ou atividades criminais descobertas durante a investigação”, acrescenta a ordem do mais importante órgão judicial da Florida.
Este órgão pederá emitir recomendações ou denúncias.
O governador republicano em ascensão da Florida e que está a emergir como possível candidato às presidenciais de 2024, tem insistido em expressar a sua preocupação com os efeitos colaterais das vacinas contra a Covid-19.
A investigação do grande júri terá como objetivo, segundo DeSantis, “identificar eventuais deficiências nas leis vigentes, implementar métodos” e “investigar crimes” e ações que envolvam ou resultem em “fraude ou engano de qualquer pessoa” em relação às vacinas contra a Covid-19, entre outros.
No documento de 20 páginas, DeSantis, de 44 anos, mencionou a “crença geral de que as vacinas contra a Covid-19 impediram a propagação da doença”, algo que “o próprio Presidente dos Estados Unidos (Joe Biden) acreditou ser verdade”.
“[Biden] Tentou impor uma variedade de requisitos de vacinação ao povo americano, incluindo profissionais de saúde e membros das Forças Armadas, que se baseavam na noção de que ‘pessoas não vacinadas espalham o vírus’”, sublinhou.
Até a Casa Branca realizou uma conferência de imprensa em 2021 “a ameaçar os não vacinados com um inverno de doenças graves e morte”, destacou ainda DeSantis no texto.
O documento aponta que, em abril de 2021, “foram notificados mais casos de miocardite e pericardite em pessoas nos Estados Unidos após receberem as vacinas contra a covid-19 da Pfizer e da Moderna”.
Desta forma, o Departamento de Saúde da Florida realizou a sua própria análise para analisar o “risco de mortalidade” após a vacinação com tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) e “encontrou um aumento relativo da incidência de mortes relacionadas com o coração entre homens de 18 a 39 anos”, nos 28 dias após a vacinação.
“Relatos de outros países também indicam que existe uma ligação entre vacinas contra a Covid-19 e eventos cardiovasculares, incluindo a morte”, acrescenta o documento enviado por DeSantis.
A Florida acumula 7,2 milhões de casos de Covid-19 desde março de 2020, o maior número dos EUA depois da Califórnia (11,6 milhões) e do Texas (8,1 milhões), segundo dados oficiais.
As mortes de residentes registadas na Florida por Covid-19 de março de 2020 até a última quinta-feira atingiram as 83.606 pessoas.
LUSA/HN
0 Comments