As declarações, avançadas pela televisão estatal chinesa, constituem os primeiros comentários públicos do líder chinês desde o súbito abandono, no início de dezembro, das rígidas medidas anti-covid que estavam em vigor desde 2020.
Três anos após o aparecimento dos primeiros casos do coronavírus que provoca a doença covid-19, em Wuhan (centro da China), o país enfrenta uma explosão de casos.
Muitos hospitais estão sobrecarregados, as farmácias referem ter grande escassez de medicamentos para a febre, enquanto muitos crematórios adiantam estar a ter um fluxo invulgarmente alto de corpos para serem cremados.
“A China enfrenta uma nova situação novos desafios em termos de prevenção e controlo da covid-19”, disse Xi Jinping, citado pela televisão estatal CCTV.
“Temos de realizar uma campanha de saúde patriótica mais direcionada […] e construir uma muralha sólida contra a epidemia”, acrescentou, sem avançar a que medidas específicas se referia.
A China anunciou oficialmente apenas seis mortes por covid-19 desde que as restrições foram suspensas, mas o número foi considerado bastante aquém da realidade por muitos especialistas, já que grande parte dos idosos na China não foram vacinados contra a doença.
Alguns cientistas temem que possa estar a ocorrer na China uma nova mutação do coronavírus, à semelhança do que sucedeu com a variante Omicron, e admitem que pode ser uma combinação de variantes ou algo completamente diferente.
“A China tem uma população muito grande e a imunidade é limitada. E isso parece ser a causa pela qual poderemos assistir a uma explosão de uma nova variante”, disse Stuart Campbell Ray, especialista em doenças infecciosas da Universidade Johns Hopkins, citado pela agência norte-americana Associated Press.
O país de 1,4 mil milhões de habitantes e abandonou a política “zero covid”. Embora as taxas reportadas de vacinação sejam elevadas, os níveis de reforço são mais baixos, especialmente entre as pessoas mais velhas.
As vacinas nacionais provaram ser menos eficazes contra infeções graves do que as versões ocidentais de RNA mensageiro. Muitas foram administradas há mais de um ano, o que significa que a imunidade diminuiu.
LUSA/HN
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