Numa carta enviada aos ministros da saúde dos 27 países da União Europeia e citada pela Europa Press, a Comissária Europeia da Saúde, Stella Kyriakides, diz que Bruxelas está “atenta aos desenvolvimentos”, assume que é necessário estarem preparados, embora, por enquanto, não existam medidas comuns.
Como iniciativas imediatas, insta os Estados-membros a aumentarem os padrões de vigilância, propondo a sequenciação de amostras para detetar novas variantes ou a análise de águas residuais, como as dos aeroportos.
A carta de Stella Kyriakides surge um dia depois de o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês) ter considerado injustificada a testagem obrigatória da Covid-19 na União Europeia para os viajantes oriundos da China, onde as infeções aumentaram significativamente.
O ECDC sustentou em comunicado que os países da União Europeia “têm níveis de imunização e vacinação relativamente elevados” e que as variantes do coronavírus SARS-CoV-2 “em circulação na China já circulam na União Europeia”.
Para o ECDC, “as infeções potenciais” que poderiam ser importadas são “bastante pequenas” face ao número de casos que circulam diariamente, sendo que os sistemas de saúde “são hoje capazes de gerir” a doença.
Por seu lado, a Comissária Europeia da Saúde admite que os dados da China são “bastante escassos” e que o nível de vacinação na China é baixo, o que já levou vários países a tomarem medidas.
Dentro da UE, desde quarta-feira que a Itália tornou obrigatória a testagem à Covid-19 para quem chega da China aos seus aeroportos e hoje o Governo espanhol anunciou o estabelecimento de “controlos nos aeroportos” para os viajantes oriundos da China.
Em resposta na quarta-feira à Lusa, o Ministério da Saúde disse que Portugal não prevê o reforço das medidas de controlo e mitigação da pandemia. No entanto, assegurou que as autoridades portuguesas estão a acompanhar a situação epidemiológica na China “em articulação com os parceiros europeus e organismos internacionais”.
Após restrições rigorosas de viagem no auge da pandemia, a União Europeia regressou este outono a um sistema pré-pandemia de viagens livres, mas os países-membros concordaram que um “travão de emergência” pode, se necessário, ser ativado num curto período de tempo para enfrentar um desafio inesperado.
A Covid-19 é uma doença respiratória infeciosa causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado há três anos na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, tendo assumido várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.
A doença é uma emergência de saúde pública internacional desde 30 de janeiro de 2020 e uma pandemia desde 11 de março de 2020.
LUSA/HN
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