“Naturalmente que saudamos esta medida, que faz todo o sentido, e que esperamos que se replique em outras áreas da medicina e em outro tipo de serviços médicos” porque, disse o presidente da associação, “as necessidades de investimento no Serviço Nacional de Saúde são enormes, não só em termos de instalações, mas também em termos de equipamentos”.
Xavier Barreto comentava à agência Lusa o anúncio feito pelo diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, sobre o investimento em obras de requalificação de blocos de partos este ano, mediante candidatura dos hospitais.
“Existem blocos de partos do SNS com várias dezenas de anos e nunca intervencionados. As condições, quer de humanização de cuidados, quer de segurança para os profissionais, têm limitações e constrangimentos e temos de as melhorar”, referiu Fernando Araújo à Lusa.
Apesar de considerar que esta medida é “um bom primeiro passo”, Xavier Barreto defendeu que a necessidade de investimento é “muito superior” à verba anunciada.
“Se me pergunta se é suficiente para requalificar todos os blocos de partos ou todas as instalações do Serviço Nacional de Saúde que se dedicam a esta área em concreto, naturalmente que não”, comentou.
Xavier Barreto também saudou o facto de a Direção Executiva do SNS ter visitado os hospitais públicos e todas as maternidades que têm tido dificuldades, incluindo as do interior do país, “no sentido de tomar decisões mais informadas, quer sobre o reforço da reformulação da rede, como está a fazer”, com o esquema rotativo de fecho de maternidades durante alguns meses, para depois avaliar esta medida.
Comentando outro anúncio feito por Fernando Araújo, o de aumentar o valor pago pelos exames de diagnóstico pré-natal e dedicados à Procriação Medicamente Assistida (PMA), uma medida que pretende incentivar à fixação de profissionais no SNS, o administrador hospitalar afirmou que “faz sentido”, uma vez que é uma área “muito carenciada”.
“É uma área muito carenciada que tem sido afetada pelo facto de, em muitos casos, os profissionais terem que ser redirecionados” para garantir as escalas dos serviços de urgência, sendo que em “muitos hospitais tem sido extremamente difícil garantir as atividades de rastreio pré-natal, mas também atividade de procriação medicamente assistida”, sublinhou.
Segundo Xavier Barreto, este pagamento adicional vai ao encontro da ideia que a APAH defende dos profissionais serem pagos em função do seu desempenho, mas também do seu compromisso com o serviço.
Por outro lado, afirmou, a PMA é uma atividade que “existe em poucos hospitais” e “é fundamental para uma parte importante da população que têm dificuldades de fertilidade”.
Quando não têm este apoio no SNS, têm que recorrer ao serviço privado, que muitas vezes é um custo “incomportável para estas famílias” e o SNS “tem mesmo que dar este apoio”.
LUSA/HN
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