PM britânico otimista com reuniões entre Governo e sindicatos para travar futuras greves

9 de Janeiro 2023

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, saudou a realização de reuniões esta segunda-feira entre o Governo britânico e sindicatos do setor público, mas recusou adiantar pormenores sobre os termos das negociações possíveis para tentar travar novas greves. 

“Estamos muito satisfeitos por os líderes sindicais terem aceitado os convites dos ministros para se reunirem hoje a fim de terem conversas a nível geral”, afirmou Rishi Sunak, à margem de uma visita a um centro de saúde comunitário em West Yorkshire, no norte de Inglaterra.

Porém, sobre aumentos salariais, o governante avisou: “O Governo está disponível por falar sobre exigências salariais e questões salariais que estão sustentadas no que é razoável, o que é responsável, o que é acessível para o país”.

“Mas o mais importante é que essas negociações estão a acontecer e que vamos tentar sentar-nos e encontrar uma solução”, vincou, em declarações a jornalistas transmitidas pela estação britânica Sky News.

Ministros do executivo britânico têm hoje previstos encontros com os líderes sindicais numa tentativa de pôr fim a uma onda de greves que tem afetado em particular a rede ferroviária e o sistema de saúde.

O ministro da Saúde, Steve Barclay, vai reunir-se com os sindicatos de enfermeiros e médicos, enquanto os ministros dos Transportes e da Educação receberão representantes de trabalhadores dos respetivos setores.

O Reino Unido registou nos últimos meses a maior vaga de greves em décadas, com trabalhadores de aeroportos, guardas das fronteiras, instrutores de condução, condutores de autocarros e trabalhadores dos correios entre aqueles que têm protagonizado paralisações para exigir salários mais elevados.

Os motoristas de ambulâncias têm greves marcadas para vários dias de janeiro e outras profissões, como médicos e professores, ameaçaram iniciar também ações de contestação laboral para pedir uma subida na remuneração que compense a perda de poder de compra.

Além da inflação superior a 10%, impulsionada pelo aumento acentuado dos custos de energia e alimentação, funcionários do setor público queixam-se de congelamentos salariais sucessivos nos últimos anos.

O Governo conservador britânico tem insistido até agora que só discutirá as taxas salariais para o ano financeiro de 2023-24 que começa em abril, e não para o ano em curso.

Pat Cullen, secretária-geral do sindicato de enfermeiros (Royal College of Nursing), considerou a atitude do primeiro-ministro como uma “abertura de otimismo”, mas quer melhorias salariais imediatas.

O alcance de um acordo hoje é improvável e os sindicatos advertiram que as reuniões não iriam impedir as greves previstas no setor da Saúde, o qual está sob pressão devido a um surto de gripe, escassez de pessoal e atrasos devido ao impacto da pandemia de Covid-19.

LUSA/HN

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