Jovens apontam saúde mental e prevenção da violência como prioridades até 2030

28 de Abril 2021

Centenas de crianças e jovens indicaram junto do Conselho Nacional de Saúde (CNS) a promoção da saúde mental e a prevenção da violência como prioridades para a sua saúde na próxima década.

A iniciativa do CNS, num trabalho conjunto com a Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ) e a Direção-Geral da Educação (DGE), resultou já na Agenda da Juventude para a Saúde 2020-2030, que vai ser apresentada ao Governo e ao parlamento e servir como contributo para o Plano Nacional de Saúde 2021-2030.

O documento, que está em discussão pública até 14 de maio, traça entre os aspetos mais relevantes para os jovens “a promoção do bem-estar físico e psicológico, a educação para a sexualidade, a prevenção do tabagismo e do consumo de álcool, a promoção da alimentação saudável e da atividade física, e a prevenção da violência (incluindo bullying e cyberbullying)”.

Citada num comunicado do CNS, a vice-presidente do CNS, Isabel Loureiro, refere que “importa conhecer as necessidades de saúde nestes grupos e importa, com eles, definir estratégias adequadas para as mitigar”. A dirigente salientou o impacto causado pela pandemia de Covid-19 neste grupo etário.

“Interrupções do ensino presencial e confinamentos prolongados têm vindo a limitar o seu desenvolvimento intelectual, mental, físico e social. A pandemia e as medidas implementadas para a sua contenção têm vindo a afetar todos, mas ainda mais as crianças e jovens que vivem em situações mais vulneráveis, como em casas sobrelotadas, com más condições estruturais, de aquecimento ou ventilação, sem acesso a meios digitais ou a alimentação em quantidade e qualidade adequada, ou expostas a violência doméstica”, frisou.

Isabel Loureiro observou também as preocupações manifestadas pelas crianças e jovens em relação à escola, que, apesar de a verem de “uma forma muito positiva”, defenderam a importância de serem feitas alterações no modelo e na mentalidade excessivamente focada nas notas.

“Acham que existe uma carga letiva excessiva e uma cultura muito centrada nos resultados e no perfil do bom aluno. Por isso, pedem um maior equilíbrio e incentivo para o convívio, partilha de experiências e projetos que estimulem o associativismo, e a presença de mais técnicos de saúde na escola, como psicólogos. Também identificam a necessidade de se fiscalizar melhor o cumprimento da legislação em vigor para proteção dos comportamentos de risco”, explicou.

Por conseguinte, os jovens transmitiram também a necessidade de aumentar a capacidade de acesso em diversos domínios: o acesso a informação e formação em saúde promotora de comportamentos saudáveis, o acesso a cuidados de saúde de qualidade, o acesso a ambientes saudáveis e acesso à participação na definição, conceção, execução e avaliação das políticas públicas para este setor.

LUSA/HN

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