Implementado em parceria com a Unidade de Cuidados na Comunidade de Arouca, de acordo com os preceitos dos programas da Direção-Geral da Saúde (DGS) relativos a diabetes e atividade física, o projeto desse município prevê três sessões de exercício por semana, todas acompanhadas por um profissional do desporto e por outro da saúde.
“As sessões do programa ‘Diabetes em Movimento’ vão decorrer no Complexo Desportivo de Arouca e terão conteúdos adaptados às necessidades de cada participante. Damos assim os primeiros passos no processo de descentralização de competências na área da saúde, intervindo de forma preventiva no contexto de uma patologia elencada no perfil clínico dos arouquenses como uma das que mais os afeta”, declarou à Lusa a presidente da Câmara de Arouca, Margarida Belém.
O combate à diabetes integra a lista de prioridades da Estratégia Municipal de Saúde de Arouca, uma vez que a doença tem uma significativa prevalência nesse concelho de cerca de 22.000 habitantes – geograficamente dispersos por um território de quase 330 quilómetros quadrados, nos quais predominam zonas rurais e florestais.
Entre os diagnósticos locais, a diabetes preponderante é a de tipo II, que se caracteriza não apenas por excesso de açúcar no sangue, mas também pela resistência que o próprio organismo vai criando à insulina que permite reduzir esses níveis. Ao contrário da diabetes de tipo I, que é congénita, nascendo com a pessoa, a de tipo II pode surgir a qualquer altura e deve-se sobretudo a hábitos de vida pouco saudáveis, entre os quais o sedentarismo e o consumo excessivo de hidratos de carbono.
É por isso que o novo programa da Câmara de Arouca, já aprovado pela DGS, “implica um trabalho muito estreito e planificado entre profissionais de saúde e de desporto”. Os próprios participantes terão, aliás, que ser recomendados para as sessões de exercício pelo respetivo médico de família, como Margarida Belém realçou ao referir que esse responsável “só encaminhará para o programa os diabéticos sem comorbilidades descontroladas”, como o pé diabético, a retinopatia e a nefropatia.
Há ainda vários outros requisitos clínicos e sociais a observar para que os interessados possam participar no programa, como a exigência de que estejam diagnosticados há pelo menos seis meses, sejam autónomos, não fumem e residam efetivamente no município.
Quanto às sessões em concreto, vão abranger atividades como exercícios de mobilidade e resistência, jogos de flexibilidade e práticas de relaxamento, assim como ações sobre educação para a saúde e iniciativas para comemoração de datas temáticas.
LUSA/HN
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