“Agora precisamos elevar os esforços de socorro a um novo nível, realmente precisamos agir com mais urgência, intensificar as operações”, disse o diretor de emergência da OMS para a região do Mediterrâneo Oriental, Richard Brennan.
A equipa da OMS chegou à Síria há dois dias e está a avaliar a situação nas províncias de Latakia e na área de Aleppo nas mãos do governo do Presidente sírio Bashar al-Assad, algumas das regiões mais afetadas pelos terramotos.
Brennan também destacou que a agência da ONU está a cooperar com organizações não-governamentais (ONG) locais e o governo sírio para facilitar a ajuda às vítimas, bem como à população, que “não perdeu a esperança e tenta preservar a sua dignidade”.
A prioridade da OMS agora é “focar-se nos sobreviventes” da catástrofe, que estão “na rua, em abrigos, em carros ou em tendas de campanha” e que precisam urgentemente de satisfazer as suas necessidades básicas.
O representante da OMS na Síria, Iman Shankiti, estimou que mais de cinco milhões de pessoas foram afetadas em todo o país, enquanto só na província de Aleppo se calcula que mais de 200 mil pessoas “não tenham atualmente qualquer tipo de abrigo”.
Em Latakia, na costa síria, mais 142.000 pessoas também perderam as suas casas, segundo informações preliminares da OMS.
Por seu lado, o diretor regional da OMS, Ahmed Al-Mandhari, recordou que “quase 50% dos hospitais e centros médicos não estão operacionais”, enquanto os que continuam a funcionar “carecem” de muitos meios.
“O sistema de saúde sírio já era muito frágil devido aos 12 anos de guerra civil”, lamentou Al-Mandhari.
Nesse sentido, Brennan pediu financiamento de doadores internacionais, já que “a Síria tem sido objeto de grave negligência por muitos anos”.
Brennan salientou que em 2022 a ONU apenas conseguiu 46% dos fundos necessários para cobrir as necessidades humanitárias em todo o país, devastado após mais de uma década de guerra civil.
Em Damasco, a agência noticiosa oficial síria Sana informou que o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chegou hoje a Aleppo.
Ghebreyesus chegou ao aeroporto de Aleppo para visitar vários hospitais e abrigos com o ministro da saúde e o governador da província, acrescentou a Sana.
Os terramotos, com epicentro na Turquia, causaram até agora a morte de um total de 3.553 pessoas na Síria e ferimentos em mais de 5.276 que precisam de atenção urgente.
LUSA/HN
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