“É, de facto, um marco relevante, porque assinala a fase de recolocação de toda a atividade do pós covid-19 nos três hospitais do CHMT”, disse ontem à Lusa Casimiro Ramos, administrador do centro hospitalar que agrega os hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas, todos no distrito de Santarém.
O gestor lembrou que houve a necessidade de “deslocalizar serviços entre unidades” hospitalares “para ter o hospital de Abrantes dedicado praticamente à covid” e que “faltava um único serviço voltar à normalidade”, a Cardiologia.
“Tal passava por, em Abrantes, ser reaberta a Unidade de Cuidados Intensivos de nível 2 – Cardíacos, que tinha sido também encerrada em 2019 por força da covid-19”, salientou.
Nos últimos três anos, recordou ainda, “os doentes mais críticos tinham de ser transportados para uma outra unidade, nomeadamente para o Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, para que pudessem ser tratados na Unidade de Cuidados Intensivos”.
“Os doentes cardíacos com mais de 65 anos representam cerca de 9% das intervenções cirúrgicas [no CHMT], e a nossa população […] necessita de uma resposta com duas vertentes importantes e que passam por uma resposta ao doente crítico em Abrantes, com os cuidados intensivos cardíacos também em Abrantes e com as intervenções programadas em Torres Novas”, acrescentou o responsável.
Ainda de acordo com Casimiro Ramos, nos últimos três meses de 2022 registou-se um aumento “do número de inscritos, de consultas realizadas e de intervenções cirúrgicas”, embora continue a existir “lista de espera”.
Mas, insistiu, “nunca houve tanta gente operada, nem tanta gente foi consultada”, sobretudo desde o início da pandemia.
“Ou seja, também nesta atividade nós chegamos aos níveis de 2019, quando, digamos, funcionava tudo em pleno. É disto que se trata”, salientou.
Segundos os dados remetidos à Lusa pelo CHMT, em 2022 foram realizadas 363 cirurgias cardíacas (1,3 por dia útil), 6.986 consultas da especialidade (28 por dia útil) e 27.000 exames (MCDT – meios complementares de diagnóstico) da especialidade, dos quais 21.000 eletrocardiogramas.
A UCIC que será reativada na sexta-feira dispõe de seis camas e conta com o suporte de uma equipa multidisciplinar, que integra em permanência, 24 horas por dia, médicos cardiologistas, enfermeiros e assistentes operacionais, informou o CHMT.
LUSA/HN
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