Em comunicado, assinado pelo secretário regional do SIM no Alentejo, Armindo Ribeiro, é referido que, “este mês, cessam funções quatro médicos importantes” no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE).
“Uma cirurgiã que transita para hospital privado, uma otorrinolaringologista que deixa o serviço apenas com um médico, uma internista que deixa o serviço de Medicina”, o qual fica “com 68 camas apenas com oito médicos”, e “uma urologista que se reforma, deixando a Urologia apenas com um médico”, lê-se na nota.
No comunicado, o sindicato questiona o que podem fazer um otorrinolaringologista ou um urologista “quando são precisos dois [desses profissionais] para operar? Consultas, porque operar sozinho é por em risco a segurança e a vida do doente”.
Para o SIM, “fevereiro [foi um] mês negro para o hospital de Évora”.
“Vivem-se tempos difíceis” na unidade e “aguardam-se tempos piores”, alerta o sindicato.
Contactado pela agência Lusa, o secretário regional do SIM no Alentejo argumentou que, “cada vez mais, os médicos do hospital de Évora estão a sair de funções” da unidade.
Isto acontece “devido à degradação contínua das condições de trabalho, o que não lhes permite desenvolver a sua carreira”, afirmou.
“Apesar de todos os esforços que têm existido localmente para se tentar resolver o problema, a verdade é que as políticas que têm sido utilizadas na área da saúde, a nível nacional, não permitem que os médicos se sintam satisfeitos e possam continuar no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, alegou.
Também no comunicado, o SIM admite que o panorama atual não acontece “só em Évora, é uma realidade nacional”, sendo necessário que o Governo perceba “que o colapso do SNS brevemente será irreversível e está iminente”.
Para “travar o êxodo de médicos do SNS, em Évora ou noutras regiões do país”, disse Armindo Neves à Lusa, “tardam as medidas” estruturais do Governo, que têm de incluir, por exemplo, “a abertura de concursos nas carreiras médicas”.
“O aumento das grelhas salariais para valores dignos e que nos permitam a recuperação do poder de compra e permitam um maior número de contratação de médicos e a criação de incentivos para a fixação de médicos nas zonas mais carenciadas” foram outras das medidas defendidas hoje por Armindo Neves.
LUSA/HN
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