Doação de sangue: “Em minutos conseguimos salvar muita coisa”

27 de Março 2023

Neste Dia Nacional do Dador de Sangue, o HealthNews quis ouvir aqueles que salvam vidas através um ato simples e indolor.

Sabia que um dia poderia ser ele a precisar, e assim foi. “Fui vítima de um acidente e alguém teve de dar sangue para mim”, contou António Vaz, dador de sangue há mais de 30 anos – desde os 20, quando trabalhava na Caixa Geral de Depósitos. “Nós dávamos sangue todos os anos. Tínhamos uma recolha de sangue na empresa”, recordou.

Já deu sangue em vários hospitais, em resposta a apelos ou simplesmente porque sabe que é preciso sangue todos os dias.

“A pessoa pode-se dirigir ao hospital em qualquer altura. Às vezes, quando se vai a uma consulta ou quando se acompanha um paciente, em vez de ficar ali duas ou três horas à espera, pode-se dar sangue, que é uma coisa rápida. E depois eles dão o lanchezinho [risos]”, explicou. “Faz falta para salvar vidas” e não prejudica o dador, frisou. “É um ato altruísta” e “indolor” que “não custa nada”.

“Há que sensibilizar a opinião pública. Se calhar até dar algum incentivo fiscal no IRS. O dador de sangue ter uma percentagem menor de retenção na fonte, por exemplo”, disse António Vaz, relembrando que os dadores têm já algumas vantagens, como a isenção de taxas moderadoras e o direito a folgar.

Catarina Nunes, de 24 anos, começou a doar sangue ainda mais cedo: aos 18 anos. “A minha mãe é dadora de sangue desde que me lembro. Ao vê-la, sempre tive curiosidade, e ela disse-me sempre que era uma coisa boa. Quando cheguei aos 18 anos, e também já com o conhecimento que tinha, aproveitei para, assim que pude, dar sangue. Em minutos conseguimos salvar muita coisa”, referiu.

Para a sua geração, a jovem deixou uma nota final: “Somos os melhores para dar. Somos os mais saudáveis, normalmente, nesta idade. É muito pouco tempo do nosso ano e podemos ser um bom exemplo.”

HN/RA

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