Este ano fica também marcado pela celebração dos 20 anos do Dia Nacional do Doente com AVC. “Apesar de já terem passado duas décadas desde a sua criação, o Dia Nacional do Doente com AVC continua a ser uma data importante, pois o AVC ainda é uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal e no mundo, com impacto significativo nas populações mais idosas”, afirma Liliana Pereira, embaixadora da SPAVC para este dia.
O grande objetivo da criação do Dia Nacional do Doente com AVC, em 2003, sempre foi aumentar a consciencialização sobre a doença, promover a prevenção e melhorar o tratamento e os cuidados prestados aos doentes com AVC. A especialista considera que esse objetivo tem vindo a ser cumprido uma vez que, “ao longo destes 20 anos, tem-se verificado um crescente reconhecimento da importância da prevenção do AVC e do rápido acesso a cuidados especializados para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos doentes”.
Apesar dos avanços significativos, quer na prevenção, quer no tratamento, o AVC continua a ser uma grande ameaça para a saúde pública, sendo, por isso, “imprescindível que se continue a educar a população sobre a doença, destacando as necessidades dos doentes e das suas famílias e promovendo ações que visam reduzir a carga do AVC na sociedade”, acrescenta a neurologista.
Este ano, as comemorações do Dia Nacional do Doente com AVC decorrem de 18 de março a 2 de abril, com diversas atividades apoiadas pela SPAVC, tais como campanhas de sensibilização, rastreios gratuitos de fatores de risco, palestras educativas, sessões de exercício físico, atividades em escolas, entre outras iniciativas. A adesão da população a tais atividades é um dos principais focos da SPAVC para este Dia Nacional, uma vez que essa cooperação “poderá traduzir-se no aumento da procura por cuidados médicos precoces e numa maior eficácia do tratamento, reduzindo, assim, as taxas de mortalidade e incapacidade relacionadas ao AVC”. Além disso, “estas iniciativas são também um importante apoio emocional aos doentes e suas famílias, fomentando a partilha de experiências e o conhecimento dos recursos e serviços disponíveis para ajudá-los a lidar com os desafios da doença”, refere a embaixadora.
O presidente da direção da SPAVC, Vítor Tedim Cruz, considera que a grande mensagem a difundir nesta data, em qualquer modelo de atividade, passa pela divulgação dos sinais do AVC, os chamados 3 “F”, que são a alteração na fala, na face e na força num dos membros do corpo. “Qualquer pessoa deve saber que, na presença de algum destes sinais, deve ligar de imediato para o 112 para ativar a Via Verde do AVC”, refere o especialista. A Via Verde do AVC é uma estratégia organizada para que os doentes possam ser rapidamente encaminhados para receberem tratamento da forma mais célere e adequada possível. “O cérebro é um órgão muito delicado e, ao contrário dos outros, não aguenta muito tempo sem oxigénio, pelo que as primeiras horas são determinantes”, finaliza o neurologista.
A SPAVC aproveita esta data para reforçar as principais estratégias no combate ao AVC a nível nacional. O investimento em campanhas de prevenção sobre os fatores de risco para o AVC; a consciencialização para a importância da prática regular de atividade física e da adoção de uma dieta saudável; a melhoria dos acessos aos cuidados de saúde para os doentes com AVC residentes em áreas mais remotas do país; o incentivo à investigação; a aposta na formação dos profissionais de saúde; e a melhoria do suporte aos doentes e suas famílias, através dos grupos de apoio aos doentes, “são as principais medidas para diminuir o impacto do AVC no nosso país”, defende Liliana Pereira.
Todos os anos, o AVC afeta milhares de pessoas em Portugal. É através de “ações de prevenção, consciencialização e do investimento em cuidados especializados que é possível fazer a diferença na vida das pessoas que foram afetadas pelo AVC e das suas famílias”. Como embaixadora deste dia Dia Nacional, Liliana Pereira apela à participação nas atividades locais e incentiva a população a “adotar estilos de vida saudáveis, onde se incluem a preferência por uma alimentação equilibrada, a prática de exercício físico regular e a cessação tabágica. O AVC é uma doença grave e devastadora e, por isso, é tão importante todos conhecermos e reconhecermos os seus sinais e sintomas para agir rapidamente”.
PR/HN/RA
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