Em reação à entrevista ao jornal Público, publicada esta sexta-feira (14 de abril), o Sindicato dos Médicos não poupou críticas ao ministro da Saúde: “Com a máquina da propaganda bem oleada, o Senhor Ministro da Saúde dá hoje uma extensa entrevista ao Jornal Público”, começa por escrever o SIM.
No site do SIM, lê-se ainda que a “referência a negociações sindicais é uma constante, mas a verdade é que os resultados objetivos são escassos e a questão estrutural da revisão das grelhas salariais permanece num limbo”.
“Perante a gritante falta de Médicos de Família, que na Grande Lisboa é dramática, o Senhor Ministro anuncia novamente vagas carenciadas com remuneração acrescida. Trata-se, na verdade, de um regime existente há quase oito anos, criado em junho de 2015, com o resultado que tem sido visível, ou seja, a incapacidade de captar e fixar Médicos de Família no SNS, agravada pelo facto de ter um limite de seis anos para a remuneração acrescida”, continua o sindicato.
“De pouco serve aumentar a formação de Médicos de Família se não há condições de trabalho e remuneratórias para os fixar depois de formados”, frisa o SIM, criticando ainda “a gritante situação de desigualdade entre médicos colocados nos mesmos locais geográficos, já que os que têm aguentado o barco do SNS nestas águas revoltas não terão remuneração melhorada”.
“Não faz sentido o anúncio de medidas dispersas. É fundamental uma nova grelha salarial compatível com a formação técnico-científica e o nível de responsabilidade exigidos aos médicos. Sem isso, cada vez mais médicos sairão do SNS e menos optarão por entrar no SNS”, remata. Mais de 2.000 médicos de família trabalham fora, alerta o SIM.
HN/RA
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