Numa resposta remetida à agência Lusa, a propósito de questões levantadas por um grupo de deputados e autarcas sociais-democratas que visitou esta semana o ACeS de Gaia, no distrito do Porto, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) esclareceu que prevê que a situação dos utentes sem médico de família atribuído “venha a ficar resolvida com a alocação de novos recursos humanos decorrentes do concurso de Medicina Geral e Familiar que está a decorrer”.
“Prevê-se que esteja concluído até final do primeiro semestre do ano em curso. Mesmo assim, o acompanhamento está salvaguardado através de recurso a contratação de médicos. O ACeS em apreço tem uma cobertura de população inscrita de 98%”, lê-se na resposta da ARS-Norte, que cita a diretora do agrupamento, Cristina Silva.
Na quinta-feira, o PSD de Gaia manifestou, em comunicado, várias preocupações com o ACeS deste concelho do distrito do Porto, isto após uma reunião com a direção do agrupamento, na qual estiveram, entre outros, o presidente da comissão política social-democrata, Rui Rocha Pereira, o vereador na Câmara Municipal, Cancela Moura, o primeiro eleito do PSD na Assembleia Municipal, Fernando Almeida, os deputado Ricardo Baptista Leite e Pedro Melo Lopes, bem como, pelo ACeS Gaia, a diretora executiva, Cristina Silva, e a presidente do conselho clínico e de saúde, Carla Mota.
“As responsáveis do ACeS Gaia suscitaram várias preocupações e necessidades, que são transversais a todas as Unidades de Saúde, nomeadamente o acréscimo de utentes, entre outras razões, com origem na imigração, a falta de médicos de família, as listas de espera em certas especialidade e agendamento de Juntas Médicas para a emissão de Atestados Multiúsos, bem como as dificuldades de contratação para ausências temporárias”, referia o PSD de Gaia no texto enviado à Lusa.
Num texto em que diz citar a diretora do ACeS de Gaia, entre outras questões, o PSD destacou “a insuficiência da rede de saúde oral e a necessidade urgente, tendo em conta as taxas crescentes de obesidade infantil e juvenil, da contratação de, pelo menos, mais cinco ou seis nutricionistas (…), bem como de mais quatro psicólogos, para duplicar os que existem, atendendo a que a área da saúde mental, desde a pandemia, tem tido uma procura acrescida e exige soluções imediatas”.
Questionada sobre estes temas, a ARS-Norte referiu que, “sobre a resposta em termos de Saúde Oral, neste momento existem dois consultórios e, previsivelmente ainda durante o ano em curso, vai ser possível a instalação do terceiro”.
No que concerne ao número de profissionais de nutrição, ainda de acordo com a autoridade regional, aquele ACeS “espera ver reforçado o mapa de pessoal com novos trabalhadores da carreira, tendo, contudo, já sido iniciado o processo conducente à contratação de um novo trabalhador para substituição de profissionais temporariamente ausentes”.
Sobre a área de psicologia, os responsáveis admitem a necessidade de reforço “tendo em conta os rácios estipulados para a população inscrita”, mas acrescentam que “recentemente verificou-se a integração de uma nova colaboradora da carreira identificada, em regime de mobilidade”, o que terá permitido “a redução substancial da lista de espera, para consulta”.
O ACeS Gaia tem um universo de 163.000 utentes e inclui 12 Unidades de Saúde Familiar, sete Modelo B e cinco Modelo A, a Unidade de Cuidados de Saúde Primários de Oliveira do Douro e o Centro Médico de Canidelo.
LUSA/HN
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