Organização Mundial da Saúde alerta para défice de vacinas contra a cólera

23 de Maio 2023

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta segunda-feira que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que um bilião de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença.

Num alerta para o aumento de casos de cólera em todo o mundo, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) sublinha que esta “é uma emergência”, defendendo que é necessário “intensificar a imunização para conter” este cenário.

No entanto, o maior problema é o acesso à vacina e uma parceira da OMS nessa área, a Aliança Global de Vacinação Gavi, já alertou que a falta de doses deverá persistir até 2025, noticiou o portal ONU News.

De acordo com a Gavi, é possível garantir uma entrega de doses para a vacinação preventiva em larga escala até 2026, mas para isso, os países precisam de agir com urgência.

Atualmente, 24 países registam casos de cólera e, de acordo com a OMS, a doença pode espalhar-se para 43 nações, colocando 1 bilião de pessoas em risco.

Entre os fatores para que as pessoas sejam infetadas estão a pobreza, conflitos, alterações climáticas e deslocamentos.

“As movimentações afastam as pessoas de fontes mais seguras de comida, água e assistência médica”, alerta a OMS.

No ano passado, os casos e as mortes por cólera aumentaram, registando-se uma expansão para nove novas regiões, particularmente de conflito e com altos níveis de pobreza.

A situação levou a OMS e parceiros a mudar temporariamente o regime das doses administradas para prevenção de duas para uma.

No entanto, as reservas esgotaram-se em dezembro, acrescenta o portal.

Até ao final de 2022, um total de 15 países relataram casos, número que até maio chegou a 24 nações.

Moçambique é um dos países com aumento de pacientes na década de mudança sazonal nos casos de cólera.

O risco é que haja retrocessos, após avanços alcançados no controlo da doença em décadas anteriores.

A OMS calcula que mais 10 milhões de unidades de vacinas foram utilizadas para responder a surtos entre 2021 e 2022.

A procura foi maior do que a soma de toda a década anterior, acrescentou

Para o diretor administrativo da Gavi para Mercados de Vacinas e Segurança de Saúde, Derrick Sim, “a boa notícia é que existem doses para manter o atendimento a toda a procura de emergência, apesar do aumento de surtos”.

Para Derrick Sim, é obrigação das autoridades “prevenir surtos”, além de serem realizar esforços coletivos para revitalizar programas de prevenção.

A OMS já tinha alertado para um cenário sombrio em relação às perspetivas para controlar a doença a curto prazo.

LUSA/HN

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