Obras vão permitir mais 1.500 partos anualmente no Santa Maria

26 de Maio 2023

As obras de requalificação e expansão do bloco de partos do Hospital Santa Maria vão permitir realizar mais 1.500 partos anualmente face aos atuais cerca de 2.900, revelou à Lusa a presidente do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte.

No dia em que a Direção Executiva do SNS (DE-SNS) anunciou que os blocos de partos dos hospitais de Santa Maria e das Caldas da Rainha vão fechar para obras no verão, Ana Paula Martins adiantou à agência Lusa que, além da construção do novo bloco de partos, vai ser aumentado também o número de blocos cirúrgicos.

Vai também ser expandido o serviço de Neonatologia que, disse, “há muitos anos precisava ser melhorado” e o internamento de puerpério.

Está prevista a construção de novos quartos de dilatação/parto, a remodelação da urgência de Ginecologia/Obstetrícia, aumento do número de camas para o Bloco de Partos e para a sala de observação, num total de cerca de mil metros quadrados de área nova a ser construída.

Ana Paula Martins adiantou que as obras estão orçadas em cerca de seis milhões de euros, sendo que três milhões correspondem à linha de financiamento da DE-SNS – uma das maiores fatias de investimento do programa de apoio à requalificação de 33 blocos de partos dos hospitais do SNS (total de 27 milhões de euros) – e os restantes são do plano de investimentos do CHULN.

“O lançamento da qualificação e expansão da maternidade só por si é um grande projeto” e é “um sonho” de “há muitos anos do Hospital Santa Maria”, disse, adiantando que dentro de dois dias têm o processo em concurso, prevendo iniciar as obras em setembro e a sua conclusão em março se 2024.

Segundo a responsável, vai ser possível chegar aos 4.500 partos por ano, mais 1.500 do que atualmente, mas disse que, para esse objetivo, também esperam poder atrair recursos humanos para a nova maternidade, que terá “muito boas condições” e está ligada à Faculdade de Medicina e uma escola onde se faz investigação.

“É uma obra que não deixa de ter a sua flexibilidade e essa flexibilidade foi, de alguma forma, também estimulada pela própria Direção Executiva para que seja uma obra para os próximos 20, 30 anos e para que possa responder às necessidades do Serviço Nacional de Saúde”, salientou.

Em comunicado, a DE-SNS refere que se trata de “um projeto estratégico para o CHULN e para toda a região sul do país, que passará a deter a maior e mais diferenciada maternidade do país, reforçando a capacidade de resposta à mulher grávida, ao recém-nascido, acompanhantes e profissionais de saúde”.

Até à conclusão da obra, foi elaborado e organizado um plano de contingência, no sentido da concentração de atividade no serviço no Hospital São Francisco Xavier, num plano de colaboração em rede, delineado em conjunto pelos profissionais de ambas as equipas.

“O serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital S. Francisco Xavier irá ser reforçado ao nível dos recursos humanos e equipamentos, para acomodar o aumento da procura e providenciar uma resposta em prontidão às necessidades, durante este período”, adianta a DE-SNS.

Ana Paula Martins disse que as equipas “andam há muitas semanas a trabalhar para garantir”, sob o ponto de vista técnico, organizacional e de composição das equipas, a operação, o que disse só ser possível porque os profissionais “são capazes de se organizar, porque é realmente muito complexo”, além de acontecer em “pleno verão”, período em que as pessoas têm a sua vida organizada.

“É uma sobrecarga muito grande e nós tivemos muito cuidado, de um lado e do outro, e a Direção Executiva também, porque a última coisa que nós queremos é perder as pessoas, desmotivá-las a fazê-las sentir sem segurança”, sublinhou.

“A coisa mais fácil é construir a obra. Depois em cima da obra, continuar a construir todo um projeto de diferenciação na área da obstetrícia e da materno-infantil é, de facto, um desafio para o século XXI e as nossas equipas abraçam-na com uma enorme vontade”, salientou Ana Paula Martins, rematando: “É teste à nossa prontidão e à nossa resistência”.

LUSA/HN

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