Anemia falciforme afeta 161 pessoas em Cabo Verde

20 de Junho 2023

A anemia falciforme, doença genética hereditária mais frequente no mundo, afeta 161 pessoas em Cabo Verde, conforme dados avançados pela diretora nacional de Saúde, indicando que a prevalência é maior na ilha de Santiago.

“Sabe-se que a drepanocitose é mais prevalente nas ilhas de Sotavento, especialmente em Santiago. Dos 161 casos conhecidos, 156 (97%) encontram-se inscritos na consulta de Hematologia do HUAN [Hospital Universitário Agostinho Neto]”, revelou Ângela Gomes, na Praia, na abertura de uma jornada nacional para assinalar o Dia Mundial da Doença de células falciforme.

A responsável admitiu que “poderão existir casos não identificados, nas ilhas, principalmente as com maior número de imigração de pessoas provenientes do continente africano”, acrescentando que a prevalência da anemia em Cabo Verde é muito importante.

“Por isso, necessita de uma abordagem mais científica, multidisciplinar e especializada para diminuir a mortalidade e morbilidade da doença e, garantir a qualidade de vida dos doentes e familiares”, apontou a médica.

Ângela Gomes disse que o Ministério da Saúde e outros especialistas, sobretudo os dos bancos de sangue do país, têm feito “esforços” no sentido de melhorar os cuidados e universalização, para garantir qualidade e segurança aos doentes.

Entre as medidas, apontou o programa de implementação do instituto de sangue e transplante, postos de transfusão de sangue em várias ilhas, aquisição de medicamentos específicos e otimização na aquisição de equipamentos diagnóstico.

Para a diretora nacional de Saúde, há ainda muitos desafios na abordagem terapêutica, como o elevado custo dos medicamentos, dispersão dos doentes por várias ilhas, melhoria da capacidade diagnóstico laboratorial, capacitação contínua de profissionais de saúde e formação/informação dos doentes e cuidadores.

“É fundamental que sejam criadas condições para melhorar a capacidade de diagnóstico e tratamento das pessoas portadoras de doenças hereditárias do sangue”, apelou a diretora, pedindo, igualmente, uma coordenação nacional e concentração de recursos.

A anemia falciforme é uma doença genética hereditária mais frequente no mundo e afeta anualmente mais de 200 mil habitantes em África, numa prevalência mundial estimada nos 5% da população, sendo que mais de 40% são diagnosticadas nas crianças.

O Dia Mundial da Doença de Células Falciformes foi institucionalizado pela Organização das Nações Unidas em 2008 e é assinalado anualmente em 19 de junho.

LUSA/HN

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