“O conselho de administração do CHL garante que não há motivo de alarme para as populações a quem dá resposta, apesar da constante pressão pública sobre as equipas, e tem mantido o diálogo interno e externo, inclusivamente com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, que tem acompanhado a situação de perto”, refere uma resposta escrita da unidade hospitalar à agência Lusa.
Médicos da Pediatria do CHL exigem o fecho da urgência pediátrica no período noturno e do bloco de partos e pedem que não seja aceite a atividade obstétrica do Hospital de Caldas da Rainha.
Num abaixo-assinado, a equipa médica do serviço de Pediatria do CHL exige, quando nos turnos haja indisponibilidade de elementos para escala e fique apenas um pediatra, o encerramento da urgência pediátrica “a todas as admissões externas”, a partir das 20:00, “de forma a garantir os cuidados adequados e em condições de segurança para os doentes internados”.
Os médicos pedem ainda o fecho do bloco de partos, dado “não ser possível assegurar a assistência aos partos distócicos ou a qualquer emergência de reanimação neonatal”, defendendo que “todas as grávidas com condições de transferência” devem ir para outras unidades hospitalares.
Os 30 médicos exigem também que não seja aceite o desvio para o CHL da atividade assistencial do serviço de Obstetrícia (internamento, bloco de partos e urgência obstétrica) da maternidade do Hospital das Caldas da Rainha, lê-se no abaixo-assinado.
À Lusa, o conselho de administração garante que “a resposta às necessidades dos utentes do serviço de Ginecologia/Obstetrícia e da urgência pediátrica tem sido assegurada, como habitualmente”, esclarecendo que a escala deste mês da “urgência pediátrica está completa e estão a ser finalizadas as escalas dos meses seguintes”.
Manifestando “o seu profundo agradecimento às equipas de profissionais que têm dado resposta às grávidas e às crianças que acorrem aos seus cuidados de saúde”, o conselho de administração afirma compreender “a manifestação de preocupação dos profissionais de pediatria pela falta de clínicos”.
A unidade de Leiria esclarece ainda que “o acordo com o Centro Hospitalar do Oeste, com o reforço e integração de profissionais de saúde da área de Ginecologia/Obstetrícia nas escalas do CHL, tem decorrido dentro da normalidade”, assegurando que o conselho de administração e “as respetivas direções dos serviços envolvidos têm monitorizado diariamente o seu funcionamento”.
O abaixo-assinado adianta que, em novembro de 2022 e maio passado, a equipa médica já tinha demonstrado “as preocupações com o funcionamento da urgência pediátrica”, sendo que “acresce agora outra situação”, devido ao fecho da maternidade de Caldas da Rainha, do Centro Hospitalar do Oeste, este verão, com o desvio para o CHL da atividade assistencial.
“Foi decidido que a equipa médica e de enfermagem do serviço de obstetrícia do Hospital das Caldas da Rainha viesse reforçar as equipas médicas e de enfermagem do Hospital de Santo André [Leiria]”, sustenta, realçando que não foi decidido pela tutela o mesmo reforço do serviço de Pediatria”, pelo que “terá de manter o apoio já prestado anteriormente com a sobrecarga acrescida”.
Em 18 de abril, o Centro Hospitalar do Oeste anunciou que a maternidade do Hospital das Caldas da Rainha vai ser requalificada, obra que incide no serviço de Obstetrícia e no bloco de partos, e que obriga, até setembro, à transferência das grávidas para Leiria.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais das Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras, abrangendo os concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte de Alcobaça e de Mafra, com cerca de 298 mil habitantes.
Já o CHL integra os hospitais de Leiria, Pombal e Alcobaça.
Segundo o seu sítio na Internet, o CHL tem como “área de influência a correspondente aos concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Porto de Mós, Nazaré, Pombal, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Ansião, Alvaiázere, Ourém e parte dos concelhos de Alcobaça e Soure, servindo uma população de cerca de 400.000 habitantes”.
LUSA/HN
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