Presidente do PSD defende que comparticipação de fármacos depende de políticas arrojadas

5 de Julho 2023

O presidente do PSD, Luís Montenegro, afirmou que o país precisa de apostar em "políticas arrojadas" na área farmacêutica e da investigação, defendendo que, só assim, o Estado terá "mais capacidade" para comparticipar medicamentos.

“Quanto mais investigação houver, quanto mais criação de valor houver, mais capacidade de financiar as comparticipações [de medicamentos] o Estado vai ter”, afirmou Luís Montenegro.

À margem de uma visita à empresa farmacêutica BIAL, na Trofa (Porto), e no segundo de quatro dias de iniciativas dedicadas ao setor da saúde, o presidente do PSD salientou que se o país não fizer essa aposta, irá “pagar de outra maneira”.

“Pagar de outra maneira é tirar recursos e penalizar mais a vida das pessoas, seja através de impostos ou comparticipações de menor valor”, observou.

Para existir um aumento das comparticipações de medicamentos é necessário o país apostar em políticas “atrativas, arrojadas, ambiciosas e arriscadas”, defendeu.

“Temos de arriscar mais na política fiscal, nas condições que damos às empresas para investirem na investigação como forma de isso gerar um valor económico que vai estar à disposição da sociedade e das pessoas que é aumentar a comparticipação”, acrescentou.

A comparticipação até 100% de fármacos “indispensáveis no tratamento de determinadas patologias crónicas” a utentes com comprovada insuficiência económica é uma das recomendações que integra os cinco projetos de resolução que o PSD levará a votos na Assembleia da República na próxima quinta-feira.

O social-democrata considerou ainda que ter “melhor saúde” também significa “apostar” no conhecimento, área na qual se “investe pouco”.

“Em Portugal há um divórcio entre a política de saúde e o valor económico associado à produção farmacêutica e à inovação e investigação”, referiu, dizendo estar preocupado com o “drama” de muitos portugueses, sobretudo idosos, que não conseguem pagar os seus medicamentos, mas também com a falta de valorização do setor.

“É preciso que tenhamos a ambição de pensar que o valor que é preciso dar a esta matéria (…) também passa pelo que conseguimos investir e atrair”, observou, defendendo que um dos “maiores desafios” que o país enfrenta é a fixação dos “jovens quadros” e do “talento”.

LUSA/HN

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