“Este estudo tem como objetivo agregar e produzir evidência do contributo dos testes DIV, através de uma estimativa do valor gerado para a Saúde, Sociedade e Economia, do investimento efetuado num conjunto específico de quatro patologias.
Trata-se de um documento que reúne perspetivas dos diversos intervenientes, suportado na pesquisa e análise de um conjunto alargado de artigos científicos e documentos publicados, assim como na participação de diversos stakeholders, através de entrevistas e focus group”, lê-se nas primeiras páginas do livro elaborado em colaboração com a Antares Consulting.
O trabalho foi apresentado esta manhã em Lisboa, por Paula Rodrigues, da Antares Consulting, num evento que contou também com as intervenções de João Almeida Lopes, presidente da Apifarma, Oliver Bisazza, presidente da MedTech Europe, e Germano de Sousa, em representação da Ordem dos Médicos; com o debate “A importância dos testes de diagnóstico”, com Joana Alves (Associação Portuguesa de Economia e Saúde), José Dinis Silva (diretor do Programa Nacional das Doenças Oncológicas), Laura Brum (patologista clínica) e Vanessa Ribeiro (Administração Central do Sistema de Saúde), e a conversa “Acesso à inovação”, introduzida por Albert Canela (diretor global Access & Commercial Strategy MedTech da AliraHealth), com Fernando de Almeida (presidente do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge), Maria José Rebocho (médica cardiologista do Conselho Técnico-Científico da Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca), Carlos Alves (vice-presidente do Infarmed) e Tamara Milagre (presidente da Associação EVITA – Cancro Hereditário).
Paula Rodrigues frisou que, de acordo com a revisão de literatura, os testes DIV influenciam cerca de 70% das decisões clínicas, mas, em Portugal, representam somente, em média, 1,2% das despesas em saúde (2017 a 2020). “É essencial para as diferentes patologias e tem um retorno económico e social muito superior ao investimento”, “uma área de ponta em termos de investigação”, “tem contributo enorme para todos os stakeholders” e, por outro lado, “este desenvolvimento de business cases para os DIV torna-se uma ferramenta (…) essencial para evidenciar o retorno”, acrescentou Paula Rodrigues. “Os testes, de facto, é inquestionável que produzem informação muito relevante ao longo de todas as etapas do ciclo de vida”, concluiu.
Nos estudos de caso analisados, verificou-se “um retorno económico e social significativamente superior ao investimento”: por cada euro investido, na covid-19 estima-se um retorno de 8,2 euros (entre julho de 2020 e junho de 2021, testes PCR e TRAg de uso profissional); na diabetes, seis euros (ano de 2019, monitorização dos níveis de glicemia, HbA1c e AMGS); na insuficiência cardíaca, 14,2 euros (durante um ano, testes PoC NT-ProBNP nos CSP); no cancro do pulmão, 14,9 euros (durante um ano, painel NGS, novos casos de adenocarcinomas no estadio IV).
“A medicina, hoje, sem os testes de diagnóstico pouco seria. (…) O conhecimento das alterações bioquímicas e moleculares da doença permitiram marcadores que dão origem a um diagnóstico precoce, que é essencial, naturalmente, para um melhor resultado clínico. Cada vez mais, não há medicina sem testes de diagnóstico, e eles estão de tal modo avançados, em especial no campo da genómica e da genética, que o futuro é a medicina de precisão, e a medicina de precisão baseia-se essencialmente em testes de diagnóstico moleculares. Portanto, nós estamos a avançar para um mundo onde o teste de diagnóstico é central e fundamental na medicina”, disse ao HealthNews o patologista clínico Germano de Sousa.
HN/RA
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