“Iremos enfrentar um impacto negativo nas oportunidades de negócio, de emprego, no desenvolvimento económico e turístico”, defendeu o presidente da associação, Luís Gomes, num comunicado.
Reportando-se a dados de 2021, o presidente da ACCCRO lembra que Caldas da Rainha “é o 5.º maior concelho do distrito [de Leiria] em área territorial, com 255,87 quilómetros quadrados e 12 freguesias”.
É ainda “o 4.º maior em número de habitantes com 50.917 habitantes”, refere no comunicado, no qual sublinha tratar-se de “um concelho central na região, que ao longo dos últimos 40 anos tem trabalhado em infraestruturas, acessos, na economia circular de apoio para que o serviço hospital tenha condições e chegue cada vez a um maior número de pessoas”.
Caldas da Rainha “conta hoje com mais de 3.590 empresas registadas no concelho”, vinca Luís Gomes, considerando que “a decisão de construir um novo hospital do Oeste no Bombarral, em detrimento do hospital de Caldas da Rainha, acarreta muitas consequências prejudiciais que não podem ser ignoradas” e que causarão “danos económicos e sociais não só nesta cidade como em toda a região”.
No entender de Luís Gomes, “as facilidades de acesso entre Caldas da Rainha e os outros concelhos do distrito são incomparavelmente superiores” que as da solução apresentada para o Bombarral, num terreno na Quinta do Falcão.
O Bombarral, “apesar das suas valências, não é um concelho central, nem com preparação territorial ou económica para assegurar o bom funcionamento de um novo hospital do Oeste”, refere o comunicado, acrescentando que o este concelho tem quatro freguesias, 91.7 quilómetros quadrados de território, 13.324 habitantes e 264 empresas registadas.
Considerando “crucial assegurar o acesso adequado aos cuidados de saúde à população, preservando a identidade e os esforços económicos que têm sido feitos”, o presidente da ACCCRO diz não se poder “acabar com uma economia existente, em pleno funcionamento, que precisa sim de melhorias e de mais investimento, em detrimento de um sonho de colocar um novo hospital num concelho que não reúne condições nem tem preparação para tal”.
“Não estamos a falar de evolução, mas sim de estrangulamento em dois concelhos” disse, justificando: “em Caldas da Rainha porque se arruína a economia existente e no Bombarral porque não está suficiente preparado para uma economia desta dimensão”.
A direção da associação conclui afirmando-se “empenhada em lutar com e pelos empresários, não só das Caldas [da Rainha], mas da região Oeste, para que a construção do novo hospital do Oeste não seja um favoritismo político, mas sim uma decisão estratégica a nível económico e social, porque é para isso que os hospitais servem, para servir as comunidades”.
Em causa está a construção do novo hospital do Oeste, que substituirá o atual Centro Hospitalar do Oeste (CHO), que integra os hospitais das Caldas da Rainha e de Peniche, no distrito de Leiria, e de Torres Vedras, no distrito de Lisboa.
Em novembro de 2022, a comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim) entregou ao Ministério da Saúde um estudo encomendado à Universidade Nova de Lisboa para ajudar o Governo a decidir a localização, documento que apontava o Bombarral como a localização ideal.
Em março, as câmaras das Caldas da Rainha e de Óbidos entregaram ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, um parecer técnico a contestar os critérios utilizados no estudo, a defender que fossem tidos em conta outros critérios e que a localização do novo hospital deveria ser na confluência daqueles dois concelhos.
Em junho, o ministro anunciou que o novo hospital do Oeste será construído na Quinta do Falcão, no Bombarral, substituindo os três hospitais do CHO.
Estas unidades têm uma área de influência constituída por estes concelhos e os de Óbidos, Bombarral (ambos no distrito de Leiria), Cadaval e Lourinhã (no distrito de Lisboa) e de parte dos concelhos de Alcobaça (Leiria) e de Mafra (Lisboa), abrangendo 298.390 habitantes.
LUSA/HN
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