Gémeas Siamesas separadas com sucesso no Hospital D. Estefânia

7 de Agosto 2023

Cerca de 24 anos após o último caso intervencionado em Portugal, duas meninas siamesas, oriundas de Angola foram separadas com sucesso. A intervenção, coordenada pelo cirurgião Rui Alves, responsável pela […]

Cerca de 24 anos após o último caso intervencionado em Portugal, duas meninas siamesas, oriundas de Angola foram separadas com sucesso. A intervenção, coordenada pelo cirurgião Rui Alves, responsável pela Cirurgia Pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC) foi realizada há cerca de 10 dias, no Hospital de D. Estefânia, unidade integrada naquele centro hospitalar. Um compasso de espera para o anúncio realizado há pouco pela presidente do Conselho de Administração do CHULC justificado com a necessidade de garantir que as crianças, com cerca de quatro anos de idade, fossem consideradas fora de elevado risco.

As meninas, Bibi e Domingas, chegaram a Portugal há cerca de 8 meses, e já se encontravam internadas cerca de dois meses antes da intervenção cirúrgica, para estudo e programação da cirurgia. Encontravam-se ligadas pela região do baixo abdómen, um caso extremamente raro. O último caso semelhante foi descrito na década de 60 do século passado.

A intervenção, que decorreu ao longo de 14 horas, envolveu uma extensa equipa multidisciplinar, tendo estado envolvidos, para além de profissionais do D. Estefânia, médicos do Hospital de Santa Marta e do Hospital Curry Cabral, ambos integrados no CHULC.

Envolvidos estiveram também médicos alemães, que se deslocaram propositadamente a Portugal para colaborar na intervenção tendo sido responsáveis pelo encerramento da parede abominal com recurso a uma técnica inovadora, única no mundo. Numa das jovens já foi possível concluir o processo. Relativamente à outra, espera-se que o processo esteja concluído dentro de cerca de uma semana.

As bebés encontram-se internadas, em camas separadas, na unidade de cuidados intensivos do D. Estefânia não havendo ainda previsão para a alta. Sabe-se, todavia, que ainda irão ser sujeitas a um conjunto vasto de cirurgias antes de poderem viver autónomas.

Uma das dificuldades encontradas foi a de as meninas possuírem dois intestinos delgados independentes mas apenas um intestino grosso. Um problema que os especialistas esperam resolver brevemente.

“Apesar de longa e complexa a cirurgia foi um êxito” destacou Rosa Reis Marques, Presidente do Conselho de Administração do CHULC, que recordou que a primeira cirurgia de separação de bebés siamenses aconteceu em Portugal em 1978″, tendo sido responsável pela mesma e pelas 6 que se seguiram nas duas décadas seguintes, o cirurgião António Gentil Martins.

 

 

 

 

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