Estudo indica que ciclones tropicais mataram quase 100 mil pessoas em 40 anos

11 de Agosto 2023

Os ciclones tropicais causaram 97.430 mortes, direta ou indiretamente, entre 1980 e 2019, com índices de sinistralidade maiores no Sudeste Asiático e na América Latina e Caraíbas, segundo um estudo publicado na revista “The Lancet Planetary Health”.

Este é o primeiro estudo global a investigar a mortalidade a curto prazo associada à passagem de ciclones tropicais, e foi feito com dados de 341 localidades (cidades, vilas e outros locais) afetadas por ciclones tropicais.

As mortes ligadas à ocorrência de ciclones são quantificadas em 97.430 pessoas, explica Dominic Royé, investigador da Fundação para a Investigação Climática (FIClima), segundo o qual foram tidos em conta 1.748 ciclones que tocaram terra entre 01 de janeiro de 1980 e 31 de dezembro de 2019.

O consenso científico demonstra que a recorrência e a intensidade dos fenómenos extremos “estão a aumentar paralelamente ao aumento da temperatura global”, de acordo com uma declaração do FIClima.

Embora os ciclones tropicais sejam observados com maior frequência em países como a China, o Japão e as Filipinas, as regiões da América Latina e das Caraíbas, as zonas costeiras ocidentais do Sudeste Asiático e as zonas costeiras orientais da Ásia Oriental e da América do Norte registaram uma “elevada densidade de mortes por causas diretas e indiretas de ciclones”, segundo Dominic Royé.

Haiti, Cuba, Honduras, Nicarágua, Guatemala, República Dominicana e Jamaica estão entre os países da América Latina e das Caraíbas mais afetados pelas taxas de mortalidade causadas por ciclones tropicais, assim como os Estados Unidos.

De acordo com a FIClima, “conhecer o impacto na mortalidade destes fenómenos e o contexto em que ocorrem é o primeiro passo para ajudar a compreender melhor a influência da exposição ao risco da população e para desenvolver medidas relevantes de adaptação a estes fenómenos” que possam ajudar a população local e apostar na prevenção.

LUSA/HN

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