Investigadores criam base de dados de proteínas esquecidas mas relevantes

11 de Agosto 2023

Cientistas criaram uma base de dados de genes humanos que codificam milhares de proteínas sobre as quais se sabe muito pouco, mas que, em muitos casos, podem desempenhar funções celulares importantes, como o desenvolvimento e a resistência ao 'stress'.

O trabalho é descrito num artigo publicado na revista científica de acesso aberto PLOS Biology e foi desenvolvido por investigadores da Universidade de Oxford e do Laboratório de Biologia Molecular de Cambridge, ambos no Reino Unido.

A base de dados, de acesso público, é uma espécie de compêndio de milhares de proteínas pouco estudadas e que são codificadas por genes no genoma humano (que condensa toda a informação genética) cuja existência é conhecida, mas cujas funções, em grande parte, são desconhecidas.

O trabalho pretende ajudar os cientistas a selecionarem proteínas mal caracterizadas quer de humanos quer de organismos modelo para que possam ser melhor estudadas.

Os genes no genoma humano codificam cerca de 20 mil proteínas, mas muitas continuam por caracterizar devidamente por causa, inclusive, da falta de ferramentas.

Segundo os autores da base de dados, os riscos de ignorar milhares de proteínas são significativos, uma vez que muitas podem desempenhar papéis importantes em processos celulares críticos, fornecer informações e ser alvos para tratamentos de doenças.

A base de dados classifica as proteínas a partir do quão pouco se sabe delas. Para testar a sua utilidade, os cientistas escolheram 260 genes humanos para os quais havia genes comparáveis em moscas.

Em ambas as espécies, os genes tinham pontuações mínimas ou nulas em termos de conhecimento, indicando que nada ou quase nada era conhecido sobre as proteínas que codificavam.

Em muitos casos, a desativação completa dos genes era incompatível com a vida na mosca. Em contrapartida, a desativação parcial ou direcionada levou à descoberta de que uma larga fração de genes contribuía para funções essenciais que influenciam a fertilidade, o desenvolvimento, o crescimento de tecidos, o controlo da qualidade das proteínas ou a resistência ao ‘stress’ celular.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

A má comunicação pode ser agressiva ao cidadão?

Cristina Vaz de Almeida: Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde; Doutora em Ciências da Comunicação — Literacia em Saúde. Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde. Diretora da pós-graduação em Literacia em Saúde. Membro do Standard Committee IHLA — International Health Literacy Association.

Crise de natalidade no Japão atinge o seu pico

O Japão registou, em 2024, a taxa de natalidade mais baixa de sempre, segundo estimativas governamentais e, no momento em que a geração “baby boom” faz 75 anos, o país confronta-se com o “Problema 2025”, segundo especialistas.

Cientistas detectam genótipos cancerígenos de HPV em esgotos urbanos

Cientistas uruguaios identificaram genótipos de HPV ligados ao cancro do colo do útero em águas residuais urbanas, sugerindo que a monitorização ambiental pode reforçar a vigilância e prevenção da doença em países com poucos dados epidemiológicos.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights