Médico coordenador das Residências ORPEA deixa recomendações para enfrentar o calor

14 de Agosto 2023

O risco de insolação aumenta a partir dos 65 anos e pode levar a uma rápida situação de desidratação e falhas no funcionamento de alguns órgãos. O médico André Rodrigues explica como proteger os mais velhos.

Nas Residências ORPEA existem protocolos a seguir relativamente ao calor. De entre as várias medidas que são tomadas, destacam-se a monitorização contínua da temperatura das instalações dos centros, o aumento da ingestão de líquidos e o desenvolvimento de atividades sobre esta temática, informa o comunicado de imprensa. “Para além de adaptarmos os menus com alimentos frescos e leves, ricos em água e fibras como vegetais e verduras, frutas e cereais, nas residências ORPEA realizamos ateliers informativos para que os residentes saibam identificar uma insolação e os cuidados que devem ser tomados durante a época de verão. Para além disso, são expostos cartazes e é reforçada a formação a toda a equipa”, explica André Rodrigues, médico coordenador das Residências ORPEA em Portugal.

“Com o aumento da idade devemos prestar mais atenção à hidratação, sobretudo se têm uma doença crónica, se tomam medicamentos, se têm excesso de peso ou se sofrem de alguma doença neurodegenerativa, como a Doença de Alzheimer. Também os residentes acamados ficam mais vulneráveis ​​a uma onda de calor e precisam de cuidados específicos, como arrefecer a pele e garantir a hidratação adequada”, acrescenta.

Cuidados essenciais a ter com os mais velhos durante o calor

Com a idade, a quantidade de água corporal diminui e, portanto, o corpo fica mais suscetível à desidratação. É por isso fundamental manter uma ingestão contínua e suficiente de líquidos, entre um litro e meio e dois litros por dia, mesmo que não se tenha sede, e evitar bebidas com álcool, cafeína ou com grandes quantidades de açúcar, pois favorecem a perda de líquido corporal. Às vezes é necessário modificar a textura dos líquidos para que os seniores com disfagia (dificuldade para engolir) possam manter-se hidratados. Além disso, é preciso ter em conta que alguns medicamentos modificam a sensação de sede e até a necessidade de beber mais ou menos líquidos.

A exposição ao sol é mais perigosa entre as 12h e as 17h, por isso não se deve praticar exercício físico e deve-se evitar estar ao ar livre durante esse horário. É aconselhável que o ritmo de exercícios nos dias mais quentes não seja muito alto. As roupas devem ser leves, de cor clara, largas e respiráveis e é fundamental usar-se um protetor solar adequado e acessórios que protejam do sol, como óculos ou chapéu.

Quanto à alimentação, recomenda-se adaptá-la ao verão com pratos mais leves e menos elaborados, pois nessa época são necessárias menos calorias, mas maior hidratação, por isso os alimentos devem ser ricos em vitaminas, sais minerais, fibras e água.

Os sintomas de uma insolação podem confundir-se com outras patologias, o que pode dificultar a sua identificação. Na época de calor, deve haver um maior índice de suspeição de forma a poder ser solicitada observação médica rapidamente.

“O aumento da temperatura do corpo, vermelhidão da pele sem motivo, aumento da frequência cardíaca, tonturas, dor de cabeça, náuseas e fraqueza são, entre outros, os principais sintomas de uma possível insolação e nesse caso, até ser visto por um médico, deve tentar baixar a temperatura com panos de água fria na testa, pescoço ou membros, deitar-se com as pernas levantadas e beber muitos líquidos”, explica André Rodrigues.

PR/HN/RA

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Urgência noturna de oftalmologia em Lisboa devia ser distribuída

A responsável de oftalmologia do Hospital São José defendeu que a urgência noturna na região de Lisboa devia ser distribuída por todos os especialistas de “forma harmónica” para evitar injustiças e permitir aos hospitais captar mais profissionais.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights