PS/Ovar pede demissão de Pizarro após integração de hospital local na ULS de Aveiro

30 de Agosto 2023

A concelhia do PS/Ovar exigiu esta quarta-feira a demissão do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, pela integração do hospital local na Unidade Local de Saúde (ULS) de Aveiro e não na de Entre Douro e Veiga (Santa Maria da Feira).

“O PS de Ovar, na sequência das mais recentes notícias veiculadas sobre a referenciação de Ovar e da sua população à ULS de Aveiro, em detrimento da ULS Entre Douro e Vouga (Feira), não pode deixar de condenar esta decisão”, adiantou o presidente da concelhia do PS/Ovar, Emanuel Oliveira, em comunicado enviado à Lusa.

O diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo, revelou hoje à Lusa que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai sofrer uma “grande reforma” a partir de janeiro de 2024 com a criação de 31 ULS, que se juntam às oito já existentes.

Entre estas novas ULS estão aquelas a que o PS/Ovar se refere, nomeadamente a de Entre Douro e Veiga, que integra o Centro Hospitalar de Entre Douro e Veiga com os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS) de Entre Douro e Veiga I – Feira e Arouca e Vouga II – Aveiro Norte, e a de Região de Aveiro, que agrega o Centro Hospitalar do Baixo Vouga e Hospital de Ovar com o ACeS do Baixo Vouga.

Falando numa “decisão desastrosa”, o socialista vê com “profunda tristeza e preocupação” o futuro dos cidadãos de Ovar em matéria de assistência e cuidados de saúde.

“Politicamente, como desde a primeira hora fizemos, demarcamo-nos do Governo e do PS nacional nesta matéria, assim como do atual executivo municipal, por não ter tido a coragem e a vontade de afrontar com vigor o poder político central e distrital, sob a obediência a interesses desconhecidos”, referiu.

Motivo pelo qual a concelhia do PS/Ovar exige ao Governo e ao PS a demissão de Manuel Pizarro, assim como do presidente e vice-presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro e Domingos Silva, respetivamente, “pela inércia na defesa do povo no acesso à saúde”.

E acrescentou: “Não aceitamos a decisão do Ministério da Saúde, mas muito menos aceitamos a incapacidade e ambivalência do executivo da Câmara de Ovar, aceitando o inaceitável e anuindo a posições que em nada servem os interesses de Ovar”.

Na opinião de Emanuel Oliveira, não se pode tomar decisões desta natureza sem uma discussão pública.

Em abril, a Câmara de Ovar adiantou que o Governo se comprometeu a referenciar o município “para norte”, no âmbito da reorganização em curso na saúde.

“Acolhendo as razões apresentadas pelo município, o ministro da Saúde [Manuel Pizarro] garantiu à Câmara Municipal que, independentemente do modelo de reorganização que vier a ser definido pela direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, a referenciação hospitalar da população de Ovar se fará para norte”, anunciou a autarquia.

Na ocasião, fonte da autarquia acrescentou que, no mesmo encontro, Pizarro garantiu que, previamente à decisão final, a Câmara Municipal de Ovar seria auscultada.

Segundo a autarquia, o presidente Salvador Malheiro e os vereadores Alcides Alves e Júlia Oliveira terão ainda insistido na necessidade de as estruturas locais de saúde serem reforçadas, impondo uma condição para que a Câmara venha a aceitar a descentralização de competências que o Governo tem em curso: indicaram ao ministro que esse processo “também está dependente da satisfação da referenciação hospitalar para norte”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Rui Afonso é o novo partner da ERA Group

Rui Afonso é o novo partner da ERA Group, consultora especializada em otimização de custos e processos para as empresas. Com mais de 25 anos de experiência em gestão de negócios, vendas e liderança de equipas no setor dos dispositivos médicos, reforça agora a equipa da ERA Group em Portugal, trazendo a sua abordagem estratégica, motivação e paixão pelo setor da saúde. 

Fundação Portuguesa de Cardiologia – Delegação Norte lança “Ritmo Anárquico”, programa de rastreios gratuitos à fibrilação auricular

A Fundação Portuguesa de Cardiologia – Delegação Norte vai lançar a campanha “Ritmo Anárquico”, um programa de rastreios gratuitos à fibrilação auricular na região norte do País. A iniciativa vai arrancar na sede da Fundação Portuguesa de Cardiologia, no Porto, no dia 4 de abril, com rastreios a decorrer entre as 10h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 17h00.

Fórum da Saúde Respiratória debate a estratégia para a DPOC em Portugal

Com o objetivo de colocar as doenças respiratórias como uma prioridade nas políticas públicas de saúde em Portugal, terá lugar no próximo dia 9 de abril, das 9h às 13h, no edifício Impresa, em Paço de Arcos, o Fórum Saúde Respiratória 2025: “Doenças Respiratórias em Portugal: A Urgência de Uma Resposta Integrada e Sustentável”.

Gilead, APAH, Exigo e Vision for Value lançam 4ª Edição do Programa Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem

O Programa Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem anuncia o início da sua 4ª edição, reforçando o compromisso com a promoção da cultura de Value-Based Healthcare (VBHC) em Portugal. Esta edição conta com um novo parceiro, a Vision for Value, uma empresa dedicada à implementação de projetos de VBHC, que se junta à Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), EXIGO, Gilead Sciences, e ao parceiro tecnológico MEO Empresas.​

Medicamento para o tratamento da obesidade e único recomendado para a redução do risco de acontecimentos cardiovasculares adversos graves já está disponível em Portugal

O Wegovy® (semaglutido 2,4 mg), medicamento para o tratamento da obesidade, poderá ser prescrito a partir do dia 1 de abril de 2025 em Portugal, dia em que a Novo Nordisk iniciará a sua comercialização e abastecimento aos armazenistas. O Wegovy® estará disponível nas farmácias portuguesas a partir do dia 7 de abril.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights