Busso confirmou que já comunicou com o diretor-geral da Saúde, Moshe Bar Siman-Tov, para que suspenda as ordens recebidas na quinta-feira, com o argumento de que as instruções da Defesa foram emitidas sem o seu conhecimento e aprovação.
O governante, do ultraortodoxo partido Shas, indicou que a única política de cuidados médicos em vigor nesta matéria é a que confere ao Exército o poder de tratar os “terroristas de Gaza” apenas nas suas próprias instalações militares.
O ministro israelita sublinhou, assim, que a “política inequívoca” do seu departamento contra “a admissão de terroristas nos centros médicos do país permanece inalterada”, noticiou o diário Jerusalem Post.
O responsável referiu ainda a dificuldade de transportar os feridos da Faixa de Gaza para Israel, uma vez que seria necessário um corredor seguro, a assistência do Crescente Vermelho e a abertura de um posto fronteiriço entre Israel e Gaza, o que classificou como impossível neste momento.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, 127 dos quais permanecem em cativeiro.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 105.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 24.620 mortos e mais de 61.800 feridos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% dos habitantes), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população a enfrentar níveis graves de fome.
LUSA/HN
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