“A baixa visão não permite que as pessoas realizem as suas tarefas diárias com facilidade e segurança, obrigando-as a um esforço acrescido. É uma visão intermédia entre a cegueira e a visão normal”, explica Isabel Correia, enfermeira coordenadora do Departamento de Oftalmologia da APDP. “Tarefas como leitura, trabalhos manuais, uso de telemóvel, preparação de medicamentos, caminhar ou sair de casa são atividades que se podem tornar difíceis ou até dependentes de terceiros. Por outro lado, a gestão da diabetes também é dificultada pela baixa visão.”
Segundo dados do The Diabetic Retinopathy Barometer Report – Global Findings, publicado pela Federação Internacional da Diabetes, 1 em cada 3 pessoas que vivem com diabetes terá retinopatia diabética ao longo da sua vida. Vinte por cento têm dificuldade em manter o controlo da sua doença devido à limitação visual.
Para dar resposta às limitações diárias provocadas pela baixa visão, a APDP implementou, em 2022, uma consulta dedicada de apoio às pessoas com este problema, fornecendo ferramentas e estratégias específicas para promover a autonomia na vigilância e no controlo da diabetes.
“Com a criação desta consulta foi possível que 65% das pessoas conseguissem passar a distinguir e a organizar autonomamente a sua medicação. Adicionalmente, como exemplo, 26% têm menos quedas, 10% conseguem identificar a sua correspondência e mais de 60% voltaram a conseguir distinguir notas e moedas. Isto mostra que, com o ensino de estratégias adaptativas, as pessoas conseguem ajustar-se à baixa visão, recuperando a sua autonomia e melhorando a gestão da diabetes”, refere Isabel Correia.
Para José Manuel Boavida, presidente da APDP, “seria fundamental o alargamento deste exemplo da consulta de baixa visão a nível nacional. A APDP está sempre disponível para colaborar, tem o conhecimento e os recursos necessários para capacitar os profissionais de saúde na abordagem à situação de baixa visão”.
PR/HN
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