Ao longo da semana serão anunciados os vencedores dos galardões de Física (terça-feira), Química (quarta-feira), Literatura (quinta-feira) e Paz (sexta-feira). O anúncio da distinção na área das Ciências Económicas está agendado para dia 09.
Na Medicina, as previsões dos especialistas incluem como candidatos favoritos a investigação sobre as células imunitárias capazes de combater o cancro, o estudo da microbiota humana e os trabalhos sobre as causas da narcolepsia.
Todas as categorias serão anunciadas em Estocolmo, Suécia, exceto o Nobel da Paz que, como habitualmente, será atribuído pelo Comité Nobel Norueguês e terá como cenário o Instituto Nobel Norueguês, em Oslo.
O Nobel da Paz recebeu 351 candidaturas este ano, num contexto em que a guerra na Ucrânia se arrasta, a comunidade internacional está fragmentada e as catástrofes se multiplicam, admitindo-se como possibilidade que o galardão não seja entregue este ano.
“Em muitos aspetos, seria apropriado que o comité não atribuísse o prémio este ano”, defendeu o professor sueco Peter Wallensteen, especialista em questões internacionais.
“Seria uma boa forma de chamar a atenção para a gravidade da situação mundial, como aconteceu nos anos que se seguiram às duas guerras mundiais”, acrescentou.
Mas, em Oslo, o facto de não se conseguir encontrar um vencedor entre as centenas de candidaturas recebidas seria visto como uma admissão de fracasso.
“É muito difícil imaginar” tal cenário, sustentou o secretário do Comité Nobel, Olav Njølstad, citado pela agência France-Presse.
“Não diria que é impossível, mas o mundo precisa de algo que o coloque no caminho certo”, acrescentou, sublinhando que é “realmente necessário” que o Prémio Nobel da Paz seja atribuído este ano.
Os especialistas avançam como possíveis escolhas as mulheres iranianas que, desde a morte da jovem Mahsa Amini, em setembro de 2022, depois de ter sido detida por alegadamente violar o rigoroso código de vestuário imposto às mulheres, têm vindo a manifestar a sua revolta; os investigadores de crimes de guerra na Ucrânia ou os ativistas que lutam contra as alterações climáticas, numa altura em que o verão de 2023 foi o mais quente alguma vez registado no mundo e em que o mau tempo, os incêndios e as inundações assolam todo o planeta.
O movimento Fridays for Future, inspirado pela jovem sueca Greta Thunberg, o cacique brasileiro Raoni Metuktire, defensor dos direitos dos povos indígenas, o Tribunal Penal Internacional, as iranianas Narges Mohammadi e Masih Alinejad, a jornalista afegã Mahbouba Seraj e o opositor russo Vladimir Kara-Murza são alguns dos nomes a concurso.
Os vencedores da edição deste ano dos prémios Nobel vão receber um milhão de coroas suecas extra, elevando o valor total recebido pelos premiados para 11 milhões de coroas suecas (cerca de 925 mil euros).
LUSA/HN
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