Este encontro reunirá vários profissionais de saúde que cuidam de idosos e irá abordar novos temas relevantes de Geriatria, de modo a fomentar a abordagem global da pessoa idosa e contribuir para a melhoria dos seus cuidados de saúde.

Serão revisitados alguns temas já abordados em reuniões anteriores, mas que devem ser atualizados face à sua relevância no tratamento da pessoa idosa e as necessidades práticas da vivência clínica.

Algumas das síndromes geriátricas exploradas são a incontinência urinária, a anorexia, a disfagia e a obstipação. Será dado um enfoque especial à vacinação do idoso dirigida às doenças respiratórias e à zona. Ainda no âmbito das doenças infeciosas, incidirá sobre o tratamento da doença covid-19 nas pessoas idosas, à luz de evidência internacional.

Também terão lugar sessões que analisarão as especificidades da abordagem dos doentes idosos com doença cardiovascular e com fraturas de fragilidade. Reconhecendo que o serviço de urgência e o internamento são dois dos principais ambientes hospitalares onde se encontram doentes idosos, o programa da reunião contempla sessões dedicadas a estes níveis de assistência clínica, procurando mostrar que os doentes idosos necessitam de cuidados especializados. Terão lugar ainda simpósios que focarão tópicos relacionados com a nutrição geriátrica, aproveitando o momento para revisitar o workshop de sarcopénia realizado o ano passado. Ainda como legado do ano passado, repete-se a sessão de discussão multidisciplinar à volta de casos clínicos, desta vez incidindo sobre o dilema do consentimento no idoso com incapacidade.

“O programa contempla profissionais de diferentes áreas enquanto palestrantes e moderadores, incluindo médicos geriatras, médicos internistas e de várias outras especialidades, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e até juristas”, referiu Sofia Duque, coordenadora do NEGERMI.

Um destaque do evento será a atribuição da 2.ª Bolsa NEGERMI para estágios clínicos, que permitirá que médicos internos ou especialistas de Medicina Interna recebam apoio financeiro. “Acreditamos que este tipo de experiências formativas melhore os cuidados geriátricos no nosso país”, enfatizou.

De acordo com a coordenadora, a Geriatria em Portugal enfrenta desafios significativos, apesar de ser um dos países mais envelhecidos da Europa. A falta de respostas clínicas especializadas em Geriatria no sistema de saúde nacional é evidente, com consultas especializadas disponíveis apenas em alguns hospitais de forma limitada. Além disso, a presença de geriatras nas unidades de cuidados continuados e nos estabelecimentos residenciais para idosos é rara. A pandemia também teve um impacto negativo para os avanços na área.

“A não contemplação da Geriatria como pedra basilar dos cuidados de saúde às pessoas idosas reflete-se naturalmente na educação médica e de outros profissionais de saúde, a nível pré e pós-graduado, sendo esta claramente insuficiente”, revelou Sofia Duque. Por isso, ao promover a formação em Geriatria, o NEGERMI procura sensibilizar para a necessidade de desenvolver respostas clínicas especializadas.

“Se lidam com pessoas idosas na sua prática profissional, não hesitem e inscrevam-se numa reunião que tem temas muito variados, do interesse de toda a equipa multidisciplinar. Das edições de anos anteriores, é para nós com grande satisfação que verificamos que além de sessões de elevada qualidade científica, até os momentos de pausa são oportunidades para juntar os vários profissionais e promover a troca de partilhas”, finalizou a especialista.

PR/HN