O I Seminário de Psicologia da Freguesia Cascais Estoril, titulado “Contributos da Ciência Psicológica para o envelhecimento Ativo e combate ao Idadismo: da teoria à prática”, quis destacar alguns dos projetos realizados para a promoção do envelhecimento ativo dos cascalenses.

O projeto “Positiva(mente)” foi o primeiro a ser apresentado no painel “O impacto das intervenções psicológicas no bem estar dos seniores: boas práticas ao nível da freguesia” . Na sessão, a psicóloga clínica, Sónia Gaudêncio, realçou o papel determinante da iniciativa no combate à solidão durante a pandemia.

Iniciado em Outubro de 2020, o “Positiva(mente)” distinguiu-se por ter aliado conceitos da Psicologia Positiva e do Chi Kung Terapêutico.

Apesar das dificuldades impostas pela Covid-19, o projeto promoveu inúmeras atividades semanais junto de quase uma centena de idosos. “Tivemos de criar canais de comunicação diferentes, como foi o caso do WhatsApp, do e-mail, do Zoom e de cartas”.

Segundo, Sónia Gaudêncio a felicidade, o otimismo, a esperança, o autocuidado, a resiliência e a autoestima foram algumas das temáticas abordadas.

Já o projeto “Viva (A) Mente” quis demonstrar que a psicologia não trata apenas da psicopatologia, mas também da prevenção.

Esta iniciativa, composta por atividades de estimulação cognitiva, social e emocional, contou quarenta sessões nos espaços seniores de Santa Rita, da Areia, do Bairro do Rosário e da Pampilheira.

De acordo com a psicóloga Marta Beja, o projeto teve como objetivo “estimular o funcionamento cognitivos” dos participantes, de modo a atrasar “doenças inerentes ao envelhecimento, como é o caso da demência”.

A iniciativa teve como foco o desenvolvimento de competências como o autoconhecimento, a concentração, a criatividade, a memória, a autogestão emocional, entre outros.

Sem ignorar o papel das tecnologias a importância da literacia digital junto dos mais velhos, o presidente da Junta de Freguesia Cascais Estoril, Pedro Morais Soares, apresentou o projeto “Link”.

Este último, que ainda está na sua fase final, é financiado pela Comissão Europeia e tem como principal objetivo “criar uma estratégia educativa dirigida à população sénior, para promover a literacia digital e a participação consciente na vida democrática, abordado a forma como a desinformação online pode afetar a democracia”.

O responsável citou dados que apontam para uma população europeia cada vez mais envelhecida. “Atualmente 20% da população da União Europeia tem mais de 65 anos”.

O contacto com notícias falsas nas redes sociais foi apontada como uma preocupação. “As pessoas com mais de 65 anos partilham sete vezes mais notícias falsas do que as gerações mais novas”.

O responsável concluiu que a propagação de fake news pode colocar em risco a saúde e a segurança dos cidadãos.

Estima-se que um quatro da população cascalense tenha mais de 65 anos.

HN/VC