Os problemas de fundo “estão identificados”. “Nós sabemos quais são, mas vai levar muito tempo até conseguirmos arranjar soluções que minimizem o que estamos agora a viver e que ainda vamos viver, infelizmente.” Segundo Francisco Matoso, temos que pensar no sistema de saúde como um todo. “Não podemos só pensar no sistema público, temos que pensar também nos recursos privados, por muito que se goste do SNS.”
“Isto é uma morte anunciada. Já há mais de 20 ou 30 anos que estava previsto que isto ia acontecer. O sistema não vai falir de uma vez só, vai falindo aos poucos, cada vez em mais sítios. E isto vai-se refletir nos cuidados de saúde, a menos que se tente fazer algo mais extenso do que se tem feito até agora. Mas não estou muito otimista, não. Porque além do mais há países muito mais ricos que nós que têm problemas semelhantes, por exemplo na retenção de pessoal, na falta de profissionais”, confessou o administrador hospitalar.
Francisco Matoso disse ainda que as “reformas de organização do SNS por si só não vão criar mais médicos, não vão arranjar médicos de especialidades que nós não temos”. “Podem minimizar algumas necessidades. Temos que dar oportunidade às coisas para acontecerem”, acrescentou.
“Isto não são soluções que rapidamente deem grandes respostas.” Contudo, “precisamos de resultados já”, sublinhou.
O HealthNews conversou com Francisco Matoso no Centro de Congressos de Lisboa, onde decorre até sexta-feira o Congresso Mundial dos Hospitais da Federação Internacional dos Hospitais, coorganizado pelo consórcio português, constituído pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares. Francisco Matoso é também membro da direção da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar.
HN/RA
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