Novamente sem avançar com datas, o centro Hospitalar Santo António, no Porto, garantiu retomar o processo da creche, prometida há 15 anos, após a conclusão do processo de transferência e certificação do serviço de imuno-hemoterapia que está pelo menos desde agosto de 2022 instalado num edifício do Centro Materno Infantil do Norte (CMIN).
Num documento afixado nestas instalações, e que a Lusa constatou segunda-feira no local, o hospital informa os utentes que “a partir de sexta-feira, 17 de novembro, o serviço de Imuno-hemoterapia passará para o CICAP (antigas instalações)”, situado na Rua Manuel II.
Em março, à Lusa, o CHUSA afirmava que o concurso público para a instalação de uma creche para os filhos dos profissionais seria lançado logo que estivessem livres as instalações ocupadas pelo serviço de Hematologia e Imuno-hemoterapia.
Confrontada com as informações afixadas agora sobre a transferência deste serviço, aquela unidade hospitalar escusou-se a avançar com qualquer data para o lançamento do concurso público, referindo apenas que “depois da transferência será necessária ainda a certificação, para que este procedimento esteja concluído”.
Posteriormente, “o processo da creche vai ser retomado para que seja lançado o concurso”.
O projeto de 2008 do CMIN, cuja obra – orçada em 60 milhões de euros – recebeu incentivos comunitários, contemplava a construção de um novo edifício, a reconstrução do edifício da antiga Maternidade Júlio Dinis e a construção de um parque de estacionamento subterrâneo sobre o qual foi edificado um pequeno edifício que iria albergar uma creche.
Quinze anos depois, continua por concretizar o projeto da creche que já foi autorizada pela Segurança social há mais de três anos.
Durante o período pandémico, “por razões operacionais”, as instalações destinadas à creche – previstas no projeto de 2008 do CMIN – foram também utilizadas para outros fins, nomeadamente enquanto decorriam obras em outros serviços.
A garantia de que o projeto irá ser retomado tem vindo a ser reiterada desde março de 2022, mas sempre sem indicação de quando vai avançar.
Ouvida então pela Lusa, a presidente da Casa do Pessoal, Teresa Marques, salientava que a concretização desta infraestrutura, cujas instalações existem e contêm já algum equipamento, permitirá aos profissionais de saúde daquele centro hospitalar conciliar a vida privada com a vida profissional.
Já Noémia Loios, médica de medicina no trabalho daquela unidade de saúde, e membro da Casa do Pessoal, alertava que a não-conciliação desde dois domínios traduz-se muitas vezes em absentismo, como são exemplo as baixas por assistência à família, desmotivação profissional e dificuldades de gestão de escalas e serviços.
Confrontada hoje com pela Lusa, Teresa Marques remeteu para mais tarde um comentário sobre os avanços relativos ao projeto de instalação da creche.
LUSA/HN
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