“Consideramos a ocupação [Israel] responsável pelas vidas dos nossos doentes, do pessoal médico e dos deslocados”, declarou o diretor-geral dos hospitais, Mohamed Zaqout, citado pela agência espanhola EFE.
Israel disse que o centro de comando do Hamas se situa em túneis por debaixo do hospital Al Shiha, o maior de Gaza, e anunciou ter lançado hoje uma operação precisa e localizada numa parte do complexo.
Zaqout disse que os soldados interrogaram vários médicos do hospital durante horas em enfermarias laterais e abriram fogo sobre os que abandonaram o complexo hospitalar.
Segundo a mesma fonte, havia cerca de duas mil pessoas deslocadas e 650 doentes, incluindo 22 em cuidados intensivos e 36 bebés prematuros, no hospital.
Os meios de comunicação social palestinianos noticiaram que pelo menos 200 pessoas foram detidas, incluindo pessoal médico e pessoas deslocadas.
O diretor do hospital, Mohamed Abu Salmiya, informou que o exército israelita continuava estacionado em vários edifícios do complexo, incluindo o departamento de diálise.
Disse também que o pessoal médico não podia aceder à farmácia para fornecer medicamentos aos doentes, porque os soldados disparavam “contra tudo o que mexe”.
Abu Salmiya disse que não havia água, eletricidade ou oxigénio em nenhum departamento do hospital.
Contou também que não conseguiu contactar muitos dos médicos para se informar sobre o estado dos doentes, “particularmente dos bebés prematuros”.
“O cheiro a morte está em todo o lado, desde as urgências até ao último edifício do hospital”, afirmou.
O gabinete de imprensa do governo de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou que o exército israelita invadiu Al Shifa com tanques, explosivos, ‘drones’ (aeronaves sem tripulação) e soldados fortemente armados.
“O exército de ocupação disparou para o interior do complexo, causando medo e pânico entre os feridos, doentes e deslocados, num crime de guerra que vem juntar-se ao seu registo negro”, afirmou num comunicado.
Um alto funcionário do exército israelita negou a ocorrência de combates no interior do hospital, mas apenas no exterior, o que resultou na morte de “quatro terroristas”.
A mesma fonte, citada pela EFE, insistiu que as tropas estavam a operar no interior do hospital de forma lenta, “precisamente para minimizar os danos a civis inocentes”.
O oficial militar disse que foram encontradas armas e provas que serão reveladas nas próximas horas e que provam que o hospital era utilizado como centro de comando do Hamas, incluindo uma rede de túneis no subsolo.
As informações divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
LUSA/HN
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