Esta é uma das conclusões do Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência (EMCDDA, na sigla em inglês) que lançou hoje um mini guia para assinalar o Dia Internacional dos Migrantes, com capítulos que compõem a visão geral mais recente da agência europeia das drogas sobre ações e intervenções para responder às consequências do uso de drogas ilícitas.
Apresentando questões-chave relacionadas com os migrantes e o consumo de drogas, o documento da agência sediada em Lisboa refere que “as taxas de prevalência do consumo de substâncias entre os migrantes são geralmente mais baixas do que as das populações de acolhimento”, embora “alguns possam já ter consumido drogas antes da chegada e necessitarem de cuidados médicos relacionados com esse problema”.
Segundo o guia, a que a agência Lusa teve acesso, “outros migrantes podem ser vulneráveis a problemas de consumo de substâncias ao longo do tempo, com fatores de risco que incluem trauma, desemprego e pobreza, separação familiar, stress e exclusão social”.
O documento refere que, embora sejam frequentemente abordados aspetos mais amplos da saúde dos migrantes, “existem poucas intervenções na Europa que se concentrem especificamente nas suas necessidades relacionadas com a droga”.
“Superar as barreiras que limitam o acesso dos migrantes aos serviços especializados em matéria de toxicodependência é uma questão fundamental”, defende, adiantando que “os migrantes que necessitam de apoio para um problema de drogas podem não ter conhecimento dos serviços de tratamento disponíveis ou ter relutância em revelar o seu consumo por medo de perderem a custódia dos filhos ou direitos de residência”.
Apesar da fraca prestação de serviços, o relatório descreve alguns desenvolvimentos positivos, com uma “gama limitada mas crescente de intervenções de serviços relacionados com a droga nos países europeus, dirigidas especificamente aos migrantes com problemas de droga”.
Esses serviços incluem apoio à tradução e interpretação para ajudar os migrantes a aceder e aderir a programas de tratamento; mediação cultural, para facilitar a comunicação entre diferentes grupos linguísticos e culturais; treino em competências culturais, a fim de capacitar os profissionais de saúde para serem culturalmente sensíveis e trabalho entre pares, envolvendo migrantes no desenvolvimento de intervenções para outros migrantes.
LUSA/HN
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