“Estamos a ser atacados a partir de sete teatros diferentes”, afirmou Gallant, membro do gabinete de guerra criado após os ataques do Hamas, especificando que se trata de Gaza, Líbano, Síria, Cisjordânia, Iraque, Iémen e Iraque.
Após o início do conflito, as milícias pró-iranianas no Iraque e na Síria realizaram ataques contra alvos norte-americanos em território israelita, tal como a milícia xiita libanesa Hezbollah e os rebeldes Huthis no Iémen, que também atacaram navios no Mar Vermelho.
O exército israelita “já respondeu e atuou em seis destas áreas”, sublinhou Gallant citado pelo jornal The Times of Israel.
“Vou dizê-lo da forma mais clara possível: qualquer pessoa que atue contra nós é um alvo potencial, sem impunidade para ninguém”, avisou, aludindo ao Hamas e respetivos aliados.
As declarações de Gallant surgem um dia depois da morte de um alto oficial da Guarda Revolucionária Iraniana num bombardeamento israelita em Damasco, pelo qual Teerão prometeu vingança, embora o ministro israelita não tenha comentado o assunto.
O ministro reiterou que a ofensiva contra a Faixa de Gaza será “uma guerra longa e dura”.
“Tem custos elevados, mas a sua justificação é a mais elevada. Se os objetivos da guerra não forem atingidos, haverá uma situação em que (…) as pessoas não quererão viver num local onde não sabemos como as proteger”, sublinhou.
“Precisamos de determinação, resistência, força e coesão nacional nestes objetivos. É uma batalha em que aquele que sobreviver é o mais forte a nível nacional, nos seus valores e na sua unidade. É uma batalha de determinação nacional e posso dizer que vamos derrotar o Hamas”, acrescentou.
No mesmo sentido, as Forças de Defesa de Israel (FDI) indicaram hoje que, nas últimas 24 horas, o exército israelita lançou ataques contra “mais de 100 objetivos terroristas” do movimento de resistência islâmico, no quadro da guerra desencadeada após os ataques perpetrados pelo Hamas contra Israel a 07 de outubro.
Num comunicado, o exército israelita especificou que “dezenas de aviões de guerra atacaram mais de 100 posições terroristas do Hamas”, incluindo túneis, infraestruturas e instalações militares utilizadas pela organização para atacar as forças armadas israelitas.
“Os soldados das FDI que operam no território da Faixa de Gaza, em cooperação com a força aérea e a marinha, continuam a atacar muitos alvos terroristas, células terroristas e instalações militares utilizadas por organizações terroristas”, afirmou.
O exército israelita reivindicou ainda ter “eliminado” um grupo de “terroristas” que tentou colocar um engenho explosivo junto a um tanque em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, onde se encontra o maior campo de refugiados do enclave palestiniano.
O exército israelita reivindicou também ter abatido “mais de dez terroristas” num confronto em Khan Younis (sul), onde foi igualmente bombardeado um edifício onde se encontrava “um esquadrão de terroristas do Hamas” e onde “estavam armazenadas muitas armas”.
Por último, sublinhou que os militares localizaram em Daraj Tupa, no norte da Faixa de Gaza, um “quartel-general militar” utilizado pela Jihad Islâmica, no qual foram encontradas “armas”, “explosivos”, “munições”, “documentos dos serviços secretos” e “equipamento militar da organização”.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza elevou hoje o número de mortos da ofensiva militar israelita para quase 21.000 mortos e 55.000 feridos, depois de 241 pessoas terem perdido a vida nas últimas 24 horas.
Desde o início das operações das FDI, 20.915 pessoas foram mortas e 54.918 ficaram feridas, segundo as informações fornecidas pelo ministério, controlado pelo Hamas, além dos mais de 280 mortos pelo exército israelita e pelos ataques dos colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
As autoridades de Gaza alertaram para o aumento da pressão sobre o sistema médico da Faixa de Gaza, com especial incidência no hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, pois temem que as forças israelitas repitam o cerco já imposto a outras clínicas no norte do enclave.
Tanto o governo de Gaza como a ONU denunciaram uma crise humanitária sem precedentes desde o início da ofensiva lançada por Israel em represália dos ataques do Hamas que mataram cerca de 1.200 pessoas em Israel, a 07 de outubro, em que o movimento islamita fez também cerca de 240 reféns.
LUSA/HN
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