Greve à dispensa de medicamentos em proximidade por tempo indeterminado

10 de Janeiro 2024

Desde o dia 2 de janeiro que os farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão em greve à dispensa de medicamentos em proximidade, situação que se vai manter por tempo indeterminado.

De acordo com o comunicado de imprensa, a decisão desta forma de luta anunciada pelo Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF) “não foi tomada de ânimo leve, uma vez que estes profissionais de saúde sempre apoiaram a medida em causa”.

“Os serviços farmacêuticos hospitalares, que já antes da pandemia trabalhavam com recursos humanos escassos, foram alertando para as situações de pré-ruptura, muito antes da implementação da dispensa de medicamentos em proximidade em larga escala”, diz o SNF.

A greve avançou “depois de muitas tentativas realizadas junto do Ministério da Saúde e de diferentes ministros da tutela, no sentido de ultrapassar o impasse relativo a: aumento do número de farmacêuticos no SNS; valorização da profissão; revisão da Tabela Salarial, que data de 1999”. Para o sindicato, o compromisso ético dos farmacêuticos “é conhecido de todos os portugueses”. Os profissionais apenas começaram a recorrer à greve após “30 anos de uma reiterada falta de atenção do SNS à área farmacêutica”, pode ler-se no comunicado.

Para o presidente do SNF, Henrique Reguengo, “o SNS é cada vez menos atrativo para os farmacêuticos. Num universo de 1000 farmacêuticos, todos os anos saem do SNS dezenas de farmacêuticos especialistas, fruto da desvalorização e desrespeito do Ministério da Saúde para com estes profissionais. Em sentido contrário, todos os anos aumenta o número de doentes em tratamento, a complexidade dos tratamentos e exigência dos mesmos.”

Em 2024, muito pouco foi alterado, segundo o sindicato. Acrescenta Henrique Reguengo que os farmacêuticos “não estão disponíveis para continuar a aumentar o trabalho e as responsabilidades sem que isso seja reconhecido financeiramente pelo Governo e a situação dos farmacêuticos no SNS seja devidamente acautelada e considerada”. “Assim, na vigência desta greve pedimos aos doentes para se dirigirem aos ambulatórios das farmácias dos hospitais onde são seguidos. As portas manter-se-ão abertas, estando por isso assegurada a terapêutica a todos os doentes. Esperamos que a greve tenha uma duração tão curta quanto possível, para que os constrangimentos provocados sejam os menores possíveis. Por fim, reforçamos que os farmacêuticos se mantêm ao lado do superior interesse dos doentes e do SNS”, conclui Henrique Reguengo.

PR/HN

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