BE questiona Governo sobre troca de modelo de helicóptero em Macedo de Cavaleiros

11 de Janeiro 2024

O Bloco de Esquerda (BE) questionou hoje o Governo sobre a troca do modelo de helicóptero do INEM situado em Macedo de Cavaleiros, que não permite aterrar nos hospitais de Bragança e Mirandela, considerando-a errada.

Na pergunta hoje entregue na Assembleia da República, dirigida ao ministro da Saúde e assinada pela deputada Isabel Pires, o BE “quer saber as razões para a alteração do tipo de helicóptero”, bem como justifica o Governo “o helicóptero situado em Macedo de Cavaleiros não poder aterrar nos hospitais de Bragança, Mirandela e no heliporto de Massarelos [Porto]”.

O BE pede a reversão da troca e afirma que “esta decisão técnica de alteração do modelo de helicóptero é errada, e que apenas vem acentuar negativamente o serviço de emergência médica na região”.

Na pergunta, a deputada cita a denúncia do Sindicato dos Profissionais de Aviação Civil (SPAC), “que coloca em causa” a substituição do modelo de helicóptero por parte do INEM”, do A109S pelo AW139, que operava antes na base de Évora, e que aconteceu em 03 de janeiro.

De acordo com dados do SPAC, citados no comunicado do BE, “80% dos casos de emergência servidos pelo helicóptero, com base em Macedo de Cavaleiros, passam por Bragança e 90% do destino é Massarelos, ou seja, dois heliportos onde a nova aeronave não poderá aterrar”.

À Lusa, Tiago Faria Lopes, presidente do SPAC, explicou que em Bragança a alternativa passou a ser o aeródromo municipal, a 15 minutos por estrada, mais o tempo de transferir o doente entre hospital, ambulância e aeronave, o que perfaz 20 minutos no total.

“Isto faz com que uma viagem entre Bragança e Porto demore mais 50 minutos, entre Bragança e Vila Real mais 40 minutos. E, em Bragança e após um acidente, mais 20 minutos do que era expectável”, detalhou o dirigente sindical.

Com o helicóptero mais pequeno a efetuar o transporte a partir do hospital de Bragança, uma viagem, com partida da base de Macedo de Cavaleiros, entre Bragança e Porto demorava 55 minutos e entre Bragança e Vila Real 35.

O BE questiona também se o Governo avaliou, no concurso público, o modelo de helicóptero e as condições dos heliportos.

Pergunta ainda qual a razão para o heliporto do hospital de Mirandela não ter condições de segurança para as aeronaves aterrarem no período noturno e se está prevista alguma intervenção para reverter a situação.

As condições do hospital de Mirandela só permitem que o helicóptero de emergência médica aterre durante o dia no heliporto da unidade.

As alternativas são um relvado sintético na cidade ou o aeródromo municipal.

LUSA/HN

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