Posto de saúde regressa ao bairro lisboeta da Boavista mas “a meio gás”

20 de Março 2024

O posto de saúde voltou ao Bairro da Boavista, em Lisboa, mas ainda só “a meio gás”, com a associação de moradores a reivindicar que entre em pleno funcionamento.

Pouco antes das eleições legislativas de 10 de março, e na sequência de uma petição sobre o “abandono” do bairro localizado na freguesia de Benfica, o polo da Boavista da Unidade de Saúde Familiar de Monsanto, que esteve fechado durante sete meses, retomou o funcionamento, mas está aberto apenas duas manhãs, às terças e sextas-feiras, entre as 08:30 e as 13:00, contou à Lusa Anabela Rebelo, presidente da associação de moradores.

O funcionamento integral estará dependente de se reunir 1.500 utentes, mas Anabela Rebelo recordou que muitas pessoas foram forçadas a recorrer ao polo de Benfica e agora “têm medo de abandonar o médico” que conseguiram entretanto e, também, que a unidade da Boavista “deixe de funcionar novamente”.

Além disso, realçou, “se o posto não estiver aberto, não terá mais utentes”.

De momento, o atendimento dirige-se sobretudo às pessoas que não têm médico de família.

O encerramento do posto de saúde levou a Associação Recreativa de Moradores e Amigos do Bairro da Boavista a enviar, em 15 de junho de 2023, uma petição à Assembleia Municipal de Lisboa (AML).

Na terça-feira, a petição foi debatida na AML, que, segundo Anabela Rebelo, aprovou por unanimidade que o posto de saúde passe a “funcionar a 100%”.

A associação de moradores está agora “à espera do novo Governo” para que essa solução avance no bairro social construído em 1941 e com cerca de 15 mil habitantes.

Anabela Rebelo assinalou ainda que, apesar de se ter contrariado o fecho da esquadra local, o bairro não tem policiamento de rua atualmente.

“Antes havia cinco ou seis polícias, que andavam nas ruas, mas, desde há uns sete meses, só há dois ou três e de porta fechada. Não se pode ir lá e não há polícia na rua”, relatou.

A associação de moradores também apresentou uma petição para a esquadra funcione de portas abertas e volte às ruas.

“O bairro está a ficar um bocado alterado novamente, a criminalidade começou a aumentar e precisamos disso”, justificou.

Há dois meses, a associação de moradores conseguiu, com outra petição, que a caixa multibanco fosse reposta no bairro, ao fim de sete meses sem funcionar.

LUSA/HN

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