Plano de saúde defende redimensionamento do Hospital das Caldas da Rainha

17 de Abril 2024

O plano de Saúde para o concelho das Caldas da Rainha, apresentado pelo município, defende a reestruturação e redimensionamento do atual hospital e uma articulação entre a Unidade Local de Saúde e termalismo.

O Plano de Desenvolvimento em Saúde e Qualidade de Vida para o Concelho das Caldas da Rainha, elaborado pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, aponta, entre os diversos eixos estratégicos, políticas e ações intersetoriais, no âmbito das quais identifica algumas propostas de ação prioritária de intervenção.

O documento, a que a agência Lusa teve acesso, defende a “diversificação e diferenciação da resposta hospitalar pública, com criação de uma unidade de cuidados intensivos”, bem como o alargamento da prestação de cuidados “a situações mais complexas e cuidados diferenciados” do que aqueles que existem atualmente no concelho do distrito de Leiria.

Entre as ações prioritárias o plano sugere “renovar, reestruturar e redimensionar o edifício do Hospital das Caldas da Rainha, para possibilitar dar uma resposta mais adequada às necessidades que hoje são notórias e que, no curto/médio prazo, se irão acentuar”.

Apesar de ter sido anunciada pelo anterior Governo a construção de um novo hospital para a região do Oeste, localizado no Bombarral, os autores do plano consideram que devem ser realizadas obras de requalificação no atual edifício para assegurar “uma resposta mais efetiva” até à entrada em funcionamento do novo estabelecimento.

É também sugerido, a nível hospitalar, o reforço da área dos cuidados paliativos e, na área dos cuidados primários, melhorias ao nível do diagnóstico, referenciação e acompanhamento das patologias com maior expressão no concelho – “a diabetes, a hipertensão arterial, as doenças isquémicas cardíaca e cerebrovascular, as neoplasias, as doenças pulmonares crónicas obstrutivas, a depressão e outras patologias ou perturbações do foro mental”.

Para isso, o documento ressalva a necessidade de melhorar o acesso aos cuidados de proximidade através do “reforço do número de médicos de Medicina Geral e Familiar” e da requalificação de edifícios da rede de cuidados primários, bem como a utilização de novas tecnologias.

Na visão dos autores, o futuro da saúde no concelho deve ainda passar por “alinhar o plano estratégico termal, a estratégia e visão da Unidade Local de Saúde, a estratégia municipal de saúde e, se possível e convergente, com os objetivos de outros parceiros do setor social, privado e da sociedade civil”.

Nesse sentido, defendem a necessidade de inovar ao nível do termalismo, já que o Complexo Termal das Caldas da Rainha (que integra o hospital termal mais antigo do mundo) “tem o potencial de aliar, à atividade termal e de bem-estar, o ensino e a investigação, constituindo assim um elemento diferenciador e inovador no contexto nacional”.

O documento, apresentado na terça-feira à noite, na Assembleia Municipal, traça ainda um perfil de saúde, com base em dados demográficos, em vários determinantes sociais associados aos estilos de vida saudáveis e aos dados de acesso e utilização dos cuidados de saúde.

O plano foi encomendado pela Câmara das Caldas da Rainha, liderada pelo movimento independente “Vamos Mudar”.

LUSA/HN

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