“As equipas de MSF visitaram três comunidades: Quivulane, Muanangome e Necotia, que ficam em uma área de difícil acesso em Lunga, onde vivem as famílias das vítimas (…) Como forma de apoiar as pessoas afetadas pela tragédia, a equipe de MSF realizou durante cinco dias mais de 20 sessões de atendimento, incluindo sessões individuais e em grupo”, indicou.
De acordo com as autoridades marítimas em Nampula, a embarcação de pesca não estava autorizada a transportar passageiros nem tinha condições para o efeito e as pessoas que transportava fugiam a um surto de cólera no continente, com destino à Ilha de Moçambique, tendo o naufrágio acontecido a cerca de cem metros desta costa.
“Nas comunidades, não há transporte público e a população usa barcos como principal meio de transporte. A unidade de saúde mais próxima fica a 14 quilómetros de distância”, acrescentou a MSF.
Das 98 pessoas que perderam a vida no local, 55 eram crianças, 34 mulheres e nove homens, havendo registo de 16 sobreviventes.
“Muitas pessoas nas comunidades estão traumatizadas com a tragédia e ainda estão tentando lidar com a situação. Algumas têm pesadelos e outras relataram ter dificuldades para comer ou dormir. Algumas pessoas dizem que, cada vez que tentam dormir, aparecem memórias das ondas e do pôr-do-sol do fatídico dia do acidente, veem os corpos e os rostos de seus parentes que morreram na tragédia”, refere a MSF.
O Conselho de Ministros decretou luto nacional de três dias na sequência do acidente, com vários países parceiros de Moçambique a manifestarem solidariedade face à tragédia.
NR/HN/Lusa
0 Comments